A proposta do Governo, apresentada no Documento Verde, com vista à reorganização das autarquias locais, caso venha a ser implementado sem nenhuma alteração, poderá assumir-se como um tiro certeiro que acabará com muitas localidades do interior do País. Até ao final do ano serão conhecidos mais pormenores e até meados de 2012 o Governo quer tomar decisões.

Numa crise económica como o que o país atravessa, é natural que o comum do cidadão até possa concordar com uma medida tão brutal como o encerramento de freguesias em concelhos como Oleiros. Mas convém referir que em termos económicos, uma medida como essa, a de encerrar freguesias no Concelho de Oleiros, não aquece nem arrefece no Orçamento de Estado. Mas para a população do Concelho de Oleiros, essa medida poderá decretar o fim de muitas localidades, aumentará a desertificação e, a médio-longo prazo, ditará o fim do nosso território, tal como o conhecemos hoje.

A população do Concelho de Oleiros sabe quanto é importante manter as juntas de freguesia em funcionamento. É o único elo de ligação que ainda existe entre as pessoas e quem pode ajudá-las. De acordo com o Documento verde do Governo, há pelos duas freguesias que podem ter que ser agregadas (Amieira e Vilar Barroco) pois têm menos de 150 habitantes. Mas a Associação Nacional de Freguesias fala noutras (Álvaro, Isna, Madeira, Sarnadas S. Simão e Sobral).

A manutenção das freguesias é algo que os oleirenses devem exigir, sem receios e sem medo. Todos os portugueses, estejam no Litoral ou no Interior, devem ter os mesmos direitos. Ao longo da sua história o Concelho de Oleiros tem sido vítima de muitas injustiças, vítima de muitos esquecimentos dos sucessivos governos que têm conduzido os destinos do país, onde a questão dos votos sempre esteve à frente da questão das pessoas.

Como sempre o Oleiros Magazine está ao lado dos oleirenses! Defenderá, sempre, os interesses do concelho e das suas gentes. Não é o encerramento de freguesias no nosso concelho que tornarão o país mais rico ou que o tirará da crise. É importante que haja respeito por todos aqueles que continuam a viver e a acreditar no concelho de Oleiros. Não discordamos, contudo, que se encerrem freguesias nos grandes centros urbanos, onde há cidades que têm mais de uma dezena de Juntas e em que as suas gentes nem sabem a qual pertencem. Aqui não é assim. As Juntas são a segurança e a esperança das populações. Esperamos que a razão impere sobre a gula de reformar por reformar...