Dez freguesias, Dez experiências
Álvaro de xisto e cortiça
A freguesia de Álvaro
acolheu, no passado dia 28 de setembro, o ateliê temático dedicado
ao xisto e à cortiça, realizado no âmbito do programa Dez
Freguesias, Dez Experiências. A iniciativa, promovida pela Câmara
de Oleiros, em parceria com a Junta de Freguesia de Álvaro e com os
apoios da apoio da Comissão de Melhoramentos da Gaspalha e da
Naturtejo, constituiu um excelente momento de convívio e de
cultura.
O xisto foi evidenciado na geologia local, tendo os participantes
ouvido as explicações da geóloga Joana de Castro Rodrigues, do
Geopark Naturtejo. No caso da cortiça, esta esteve representada no
artesanato da freguesia, como é o caso dos tropeços, os quais
estavam a ser confecionados ao vivo durante a visita à oficina dos
artesãos Teresa e José Nunes, um espaço muito agradável e preparado
para receber turistas e visitantes.
Em nota enviada ao nosso jornal, a autarquia explica que "a jornada
teve início na localidade de Gaspalha, mais precisamente na Casa da
Cultura - um antigo lagar de azeite dinamizado pela Comissão de
Melhoramentos daquela aldeia, o qual evidencia a importância que a
fileira do azeite sempre teve na freguesia. Tendo como guias locais
Tiago Rodrigues e Raquel Freire, numa abordagem muito completa, o
grupo partiu então à descoberta de um percurso interpretativo onde
não faltou a passagem pela oficina de António Martins, com a
confeção artesanal de sapatos e outros artigos em pele; pelos
inúmeros imóveis religiosos da freguesia e pela fonte da vila, onde
nem o lendário local foi esquecido".
O itinerário contemplou ainda a passagem pela ponte romana,
lembrando a existência de um trilho do Caminho de Santiago nas
imediações. O valor histórico de Álvaro saiu favorecido, tendo sido
referida a sua ligação à Ordem de Malta. Dentro do património
natural, para além do
xisto, a atividade pretendeu ainda valorizar um dos geomonumentos
mais emblemáticos do Geopark Naturtejo: os Meandros do
Zêzere.
Já no Miradouro existente no Adro da Igreja Matriz, os
participantes puderam contemplar o Vale do Zêzere e lembrar a barca
d´Álvaro, a construção da barragem e da ponte, com referências aos
testemunhos do antigo barqueiro, António Correia. Dali, o grupo
desceu até à praia fluvial de Álvaro onde hoje se exibe
emblematicamente um barco, junto da antiga Casa do Barqueiro,
atualmente recuperada. O almoço teve lugar na sala de refeições
"Olhar o Zêzere", onde os participantes, cerca de 60 no total,
puderam degustar algumas das iguarias regionais como a sopa de
peixe, o arroz de maranho ou a tigelada.
No final da atividade, a Companhia de Teatro Viv´Arte apresentou a
recriação "Como Álvaro se fez de Álvaro", numa alusão à origem do
nome da villa, contemplando ainda uma resenha pela história local.
Em jeito de balanço, a organização realça a fidelização de
participantes, nalguns casos famílias de várias gerações, ou o caso
de uma participante oriunda de Portalegre que aderiu a esta
iniciativa há três ateliês atrás e que diz que "não perde por nada
estas atividades, as quais considera bastante enriquecedoras". O
próximo ateliê (o nono) será dedicado ao linho e terá lugar no
próximo dia 26 de outubro na freguesia de Estreito-Vilar
Barroco.