Pedido feito ao Secretário de Estado
Oleiros quer justiça para família de trabalhador que perdeu a vida no incêndio
O presidente da Câmara
de Oleiros quer que se faça justiça relativamente à família do
trabalhador que, há um ano, faleceu a combater um incêndio
florestal no concelho de Oleiros. Até ao fecho da nossa edição
ainda não tinha sido dada, por parte da tutela, qualquer resposta
aos pedidos do município, no sentido de que, tal como sucedeu com
as vítimas e familiares de vítimas de incêndios ocorridos no ano
passado, seja concedido apoio.
De resto, na inauguração da Feira do Pinhal, o presidente da
Câmara de Oleiros, Fernando Jorge, tinha alertado o secretário de
Estado das Florestas para essa questão. "No ano passado arderam 15
mil hectares no concelho. Ardeu floresta, habitações, pavilhões,
animais, mas pior que isso morreu um conterrâneo nosso. Foi a única
vítima nos fogos de 2017 que faleceu a combater um incêndio
florestal, em 8 de outubro. A família deste homem é a única do país
que não recebeu nenhuma indemnização do Estado. E porquê?, porque o
Estado decretou que só as famílias dos falecidos de 15 de junho e
de 15 de outubro tinham direito a este apoio", disse.
"Isto não é justiça, nem é justo. Apelo para que junto do Primeiro
Ministro faça uma adenda à Lei para corrigir esta injustiça. A
senhora Provedora de Justiça já escreveu ao senhor Primeiro
Ministro dando razão à exposição que lhe fizemos", acrescentou
Fernando Jorge.
O autarca aproveitou a inauguração daquele certame para reclamar o
reforço das verbas para "o desenvolvimento rural, com incentivos
para quem se quer fixar nestes concelhos para puderem viver com
dignidade do rendimento extraído deste setor".
Fernando Jorge considerou que "no ano passado arderam 15 mil
hectares, mas ainda há 30 mil que temos que preservar". Na
perspetiva do presidente da Câmara, é necessário intervir em vários
aspetos: "As pessoas que vivem do sector primário necessitam que os
seus projetos sejam aprovados com rapidez, sem burocracias e sem
impostos".
O autarca falou ainda na necessidade de se fazer o cadastro e o
emparcelamento das terras: "o pinho bravo tem sido uma das maiores
fontes de rendimento desta região, e uma fábrica na criação de
emprego. Temos que preservar a floresta, mas temos que criar formas
de rentabilizar, legislação que facilite e agilize o
emparcelamento. Para sermos eficazes no o emparcelamento precisamos
do cadastro de toda a região do pinhal. Com ele beneficiavam-se os
proprietários, melhorava-se a economia e ajudava-se o
estado".
O trabalho dos bombeiros voluntários foi também destacado pelo
presidente da Câmara. "Oleiros tem uma corporação de bombeiros de
excelência, conhecida e reconhecida pela sua competência. Tem uma
das maiores corporações do país, mas tem uma das frotas mais
antigas do de Portugal. Apesar disso a sua eficiência é digna de
ficar registada, mas é também motivo para reivindicar viaturas para
os nossos soldados da paz", concluiu.