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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Pedido feito ao Secretário de Estado
Oleiros quer justiça para família de trabalhador que perdeu a vida no incêndio

pres1.jpgO presidente da Câmara de Oleiros quer que se faça justiça relativamente à família do trabalhador que, há um ano, faleceu a combater um incêndio florestal no concelho de Oleiros. Até ao fecho da nossa edição ainda não tinha sido dada, por parte da tutela, qualquer resposta aos pedidos do município, no sentido de que, tal como sucedeu com as vítimas e familiares de vítimas de incêndios ocorridos no ano passado, seja concedido apoio.
De resto, na inauguração da Feira do Pinhal, o presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge, tinha alertado o secretário de Estado das Florestas para essa questão. "No ano passado arderam 15 mil hectares no concelho. Ardeu floresta, habitações, pavilhões, animais, mas pior que isso morreu um conterrâneo nosso. Foi a única vítima nos fogos de 2017 que faleceu a combater um incêndio florestal, em 8 de outubro. A família deste homem é a única do país que não recebeu nenhuma indemnização do Estado. E porquê?, porque o Estado decretou que só as famílias dos falecidos de 15 de junho e de 15 de outubro tinham direito a este apoio", disse.
"Isto não é justiça, nem é justo. Apelo para que junto do Primeiro Ministro faça uma adenda à Lei para corrigir esta injustiça. A senhora Provedora de Justiça já escreveu ao senhor Primeiro Ministro dando razão à exposição que lhe fizemos", acrescentou Fernando Jorge.
O autarca aproveitou a inauguração daquele certame para reclamar o reforço das verbas para "o desenvolvimento rural, com incentivos para quem se quer fixar nestes concelhos para puderem viver com dignidade do rendimento extraído deste setor".
Fernando Jorge considerou que "no ano passado arderam 15 mil hectares, mas ainda há 30 mil que temos que preservar". Na perspetiva do presidente da Câmara, é necessário intervir em vários aspetos: "As pessoas que vivem do sector primário necessitam que os seus projetos sejam aprovados com rapidez, sem burocracias e sem impostos".
O autarca falou ainda na necessidade de se fazer o cadastro e o emparcelamento das terras: "o pinho bravo tem sido uma das maiores fontes de rendimento desta região, e uma fábrica na criação de emprego. Temos que preservar a floresta, mas temos que criar formas de rentabilizar, legislação que facilite e agilize o emparcelamento. Para sermos eficazes no o emparcelamento precisamos do cadastro de toda a região do pinhal. Com ele beneficiavam-se os proprietários, melhorava-se a economia e ajudava-se o estado".
O trabalho dos bombeiros voluntários foi também destacado pelo presidente da Câmara. "Oleiros tem uma corporação de bombeiros de excelência, conhecida e reconhecida pela sua competência. Tem uma das maiores corporações do país, mas tem uma das frotas mais antigas do de Portugal. Apesar disso a sua eficiência é digna de ficar registada, mas é também motivo para reivindicar viaturas para os nossos soldados da paz", concluiu.