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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Feira do Pinhal
Oleiros quer central de biomassa
feira.jpgA última edição da feira do Pinhal, que decorreu em agosto, voltou a superar as expetativas, quer em número de visitantes, quer nas atividades realizadas. O evento que tem como tema a floresta, e que pretende ser um fator diferenciador na valorização económica, foi aproveitado pelo presidente do Município para «reclamar» junto do Governo condições para a instalação de "pelo menos, uma central termoelétrica que funcione com a biomassa da floresta, a qual o Estado deve apoiar".
Esta intenção do autarca, foi referida na sessão solene de abertura do certame, ao Secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches.
No entender de Fernando Jorge o desenvolvimento destas regiões passa por um conjunto de medidas que devem ser tomadas, e nas quais se inclui a instalação de centrais de biomassa. "Essa instalação ajudará significativamente na luta contra a desertificação de pessoas e bens", disse.
No seu discurso, Fernando Jorge considerou que a biomassa traz valor acrescentado à região. "Oleiros tem uma floresta com mais de 30 mil hectares, sendo que 20 mil é pinhal jovem. Desta floresta podem retirar-se cerca de 400 mil toneladas de biomassa. Acontece que os custos do corte, do transporte e do seu processamento ronda os 45 euros por tonelada, mas o valor pago rende entre os 25 e os 30 euros. Ou seja, há um déficit por tonelada e ninguém trabalha tanto para perder tanto dinheiro".
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O autarca defendeu que uma parte das verbas gastas no combate aos incêndios poderia ser investida para o apoio a esta atividade florestal. "Com isso teríamos enormes poupanças no combate aos fogos, mais receitas para a segurança social (fruto dos empregos criados), desenvolvia o mercado da biomassa e dinamizaria a pastorícia. Ou seja, teríamos um retorno financeiro que ajudaria a diminuir o déficit português".
Na sua intervenção, Fernando Jorge voltou a reafirmar que a floresta "é a maior riqueza do concelho. A nossa área florestal é 10 vezes superior à média nacional, e contribui com mais de 50 milhões de euros em exportações. Ora um concelho com menos de seis mil habitantes e que tanto exporta merece ser reconhecido como um polo onde o investimento na conservação da natureza é obrigatório. Em Portugal três por cento do Produto Interno Bruto (PIB) tem origem na floresta, mas em Oleiros esse valor é potencializado várias vezes. E pode ser muito mais, quer pela indústria das madeiras, cortiça e papel, quer das fileiras emergentes como a resina e a biomassa. Esta dinâmica que queremos para o concelho a que associamos a defesa da floresta".
O cadastro também não foi esquecido, o qual "irá ajudar a que muitas propriedades não se percam, a alargar horizontes e contribuir para a riqueza da região. Temos no nosso concelho uma freguesia com o cadastro quase pronto, sendo necessário que todas as outras beneficiem deste bem".
Em resposta aos desafios lançados por Fernando Jorge, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, "Esta é uma situação premente, que está relacionada com o desenvolvimento do interior do país, com a prevenção dos incêndios, com a fixação de população nesses territórios e com a criação de emprego", disse. O secretário de Estado recordou que a questão da biomassa e em particular no interior do país, merece uma exceção. "Já solicitámos junto da Comissão Europeia autorizações para que o regime bonificado seja aqui aplicado. Estas centrais devem ser associadas ao poder local, pois é ele que diariamente tem o contacto com a população e que conhece o terreno. Por isso, o novo diploma dá aos municípios essa competência. É uma inovação que para nós faz todo o sentido (…). Há um trabalho de recolha, criação de parques e de queima que tem de ser feito localmente. E aí os municípios e as comunidades intermunicipais estão em melhores condições para o fazer".
O governante assegura que "da parte do Governo terão todo o apoio, para que consigamos que a nossa região, com a área da energia, possa utilizar da melhor forma os resíduos florestais e que eles não sejam a razão de ser de muitos incêndios".
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ENERGIA O Governante anunciou, no seu discurso, que no "Distrito de Castelo Branco cerca de 17 mil famílias beneficiam da tarifa social de energia". Jorge Seguro Sanches falava na inauguração da Feira do Pinhal, no passado dia 9 de agosto, em Oleiros.
A tarifa social destina-se às famílias que têm rendimentos mais baixos, prestações sociais e dificuldade em pagar custo da eletricidade e do gás natural. A Lei que o Governo fez aplicar permitiu, segundo Jorge Seguro Sanches, "que de 80 mil famílias apoiadas em todo o país, em 2015, se tivesse passado para 800 mil famílias que hoje têm um desconto na fatura da eletricidade, em cerca de 30 por cento".
Em Oleiros são 400 as famílias apoiadas e no "distrito 17 mil. É um desconto automático que é feito nas faturas. E este é um exemplo emblemático do rigor do que queremos ter na área da energia", disse Jorge Seguro Sanches.
Jorge Seguro Sanches lembrou que "se o país conseguir ter uma energia sã, transparente do ponto de vista da formação dos preços e amiga dos consumidores, teremos famílias a viver melhor e empresas mais competitivas no mercado global. E este tem sido um dos nossos objetivos".