Conhecidas popularmente como "pinheiros do Balsemão", estas árvores com mais de 30 anos são na verdade pseudo-tsugas (Pseudotsuga menziesii) e pinheiros larícios (Pinus nigra) e representam um testemunho vivo daquele que foi, na época, um projeto pioneiro de reflorestação a nível nacional. De tal forma que em 1982, as comemorações nacionais do Dia Mundial da Árvore tiveram lugar em Oleiros, motivando a vinda do então Primeiro-Ministro, Francisco Pinto Balsemão. Este "apadrinhou" o projeto e "deu" o seu nome a estas árvores situadas em plena Serra do Cabeço Rainha. Na histórica ocasião estiveram ainda presentes o Ministro da Agricultura, Comércio e Pescas, Basílio Horta, o Secretário de Estado da Produção Agrícola, vários governadores civis, autoridades militares, autarcas e muitos populares, numa multidão de milhares de pessoas.

Com uma área de 2.470 ha, este projeto piloto de reflorestação foi o primeiro do género na época com escala e devidamente infraestruturado. Num contexto de pré-adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE) e na sequência de um grande incêndio que destruiu a floresta de pinho bravo existente, esta (re)arborização teve como mais-valias a incorporação de novas espécies, fomentando a biodiversidade e descontinuidade florestal; a manutenção das espécies autóctones resistentes; a criação de pontos de água e de áreas reservadas de pesca e caça; a preservação de uma pista de aviões para combate a incêndios (onde atualmente se encontra o parque eólico) e o fomento da instalação de um viveiro florestal no concelho de Oleiros (o Viveiro do Vale do Gato).

Realça-se também o dinâmico trabalho de extensão rural inerente a todo este processo. 

Tratando-se de áreas privadas, teve de haver um importante esforço de mobilização de proprietários no âmbito da elaboração de um cadastro florestal, numa meritória tentativa de emparcelamento da propriedade que teve de enfrentar algum ceticismo existente. 

Também como herança para a comunidade e no âmbito da visita do Primeiro-Ministro ao concelho, ficou a concretização de dois pedidos do Presidente da Câmara da altura, Fernando Luís: a construção do troço da EN351 entre Oleiros e Isna e de um campo desportivo para ocupação dos tempos livres da população (o atual Campo Municipal).

O dia 21 de março de 1982 ficou para a história do concelho, não apenas pela impressionante mobilização de pessoas neste mediático evento, ou pela realização de um mega almoço de convívio onde não faltaram o Rancho, a Filarmónica ou a Fanfarra dos Bombeiros, mas fundamentalmente, pelo simbolismo do acontecimento. Naquela data, Oleiros foi o palco das comemorações nacionais do Dia Mundial da Árvore, num dia em que todas as atenções se voltaram para o concelho, celebrando um importante trabalho de arborização efetuado (até então, cerca de 800 ha) e acima de tudo, a Floresta.

(Engenheira Agrónoma)