Crónica
A força da escala
Os principais vetores em que se deve
apostar para garantir o eficiente desenvolvimento económico das
regiões, principalmente as do Interior baseiam-se na captação da
procura, no ganho de escala, na otimização da afetação dos recursos
e no incremento de uma oferta capaz de responder à sofisticação da
procura.
Cada vez mais se percebe que um
território, só ganhando escala, se consegue afirmar em cada um dos
seus clusters económicos. Sendo o turismo uma atividade económica
importante, representando 9% do PIB nacional e 8% do emprego, se
queremos ser eficientes, é fundamental que se pense em reforçar a
escala dos territórios, garantindo-lhes um desejado posicionamento
enquanto destinos turísticos e uma maior força comunicacional.
Passar uma mensagem sobre determinada região e os seus pontos
fortes ganha muito mais peso quanto maior for a sua escala. Só
assim se consegue uma maior visibilidade e uma eficaz promoção e
venda dos produtos e serviços turísticos junto dos operadores.
Há sempre um denominador comum
transversal a um território agregado que pode ser visto como uma
oportunidade, reforçando-lhe a identidade e contribuindo para a sua
valorização. Congregar interesses comuns para que se crie um
cluster forte, deve ser percebido por todos como uma
prioridade.
A região onde Oleiros se insere
possui inúmeros pontos fortes e potencialidades, assistindo-se
atualmente ao incremento da oferta hoteleira existente e muito
importante, a uma qualificação da resposta face a uma procura cada
vez mais sofisticada. Nesse aspeto, existem duas questões que seria
importante refletir, as quais têm a ver com o acesso dessa procura
e o posicionamento estratégico de Oleiros.
Este é um concelho que se situa no
eixo de ligação entre Fátima e a Serra da Estrela, dois destinos
turísticos de massas que anualmente movem muitos milhares de
pessoas em torno da procura pelo turismo religioso e da neve.
Garantir uma eficiente mobilidade das massas entre os dois
destinos, poderia representar uma alavanca interessante para o
desenvolvimento económico da região e do país. Este é um argumento
que apesar da conjuntura que vivemos, pode revelar-se tecnicamente
bastante viável e começar a ganhar algum peso. Nesse aspeto, a
força da escala poderá ser fundamental.
Inês Martins
(Engenheira Agrónoma)