O Papa Francisco convida-nos, no presente ano Jubilar, a refletir sobre o alcance da Misericórdia como maneira de "acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina" (MV 15). Esta celebração tem origem no Jubileu hebraico, onde a cada 50 anos e durante um ano, chamado ano sabático, eram libertados escravos, as dívidas eram perdoadas, entre outras coisas. 

 

Aproveito assim esta mensagem para sublinhar o papel da Escola como transmissora de valores. Como Francisco refere «ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus», também na Escola ninguém deve ser excluído da educação e formação escolar. Afirmou ainda que «é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém». Assim, deve ser a Escola um espaço de partilha e de integração, onde aprendemos a conviver com as nossas diferenças tendo a certeza que neste caminho de partilha, todos sairemos mais favorecidos.

 

Para além do que entendemos como Escola, há dois objetivos que deveriam ser comuns, a todas as escolas do mundo: aprender a viver numa sociedade plural de valores comuns e enriquecer o nosso apetite por aprender, tão fundamental para uma sociedade em evolução.

 

Relembro ainda a questão do perdão, perante as falhas dos outros, pois somos bons a perdoar as nossas falhas e pouco tolerantes às falhas dos outros. Quando falhamos, não gostaríamos de ter uma segunda oportunidade? O orgulho é fundamental para o Homem, mas apenas na sua devida medida para não nos impedir de crescer e viver em sociedade.

 

Por último, quero aproveitar esta Páscoa, para desafiar toda a comunidade escolar. Para além de relembrar os sucessos dos nossos alunos, porque não pensar em alguém com quem estejamos desagradados e com quem deixámos de nos relacionar? Valerá realmente a pena?… e depois, talvez consigamos perdoar, pois é isso mesmo que nos faz grandes.

 

Uma Santa Páscoa,