Newsletter
Subscreva a nossa newsletter

Newsletter

FacebookTwitter
Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Opinião
Em tempo de Páscoa, das tradições às oportunidades
InesMartins.JPGAs nossas tradições, sejam elas de cariz religioso, gastronómico ou outro, são vetores importantes de atração de gente ao território, garantindo a sua revitalização e sustentabilidade. Cada vez se viaja mais, quer seja para fugir da rotina ou pela procura de destinos diferentes e experiências inesquecíveis. É nesse ponto que o Interior se pode tornar apetecível. Tem tudo isso e muito mais. 
 
Nestas regiões existe alma e essência, assim como uma matriz identitária que as distingue. Há toda uma tradição nas comunidades que deverá ser adaptada aos recursos endógenos, com muita sabedoria e experiência, vincadas nos produtos locais aqui gerados. E acima de tudo, existe uma memória de afetos que faz com que os filhos da terra voltem com mais ou menos frequência. Há todo um manancial para explorar. 
 
Por outro lado, o território onde nos inserimos encontra-se coberto de uma malha de infraestruturas muito capazes de satisfazer quem nos procura. O caminho será continuar a apostar numa dinamização com escala e na valorização da sua imagem, para que este se possa afirmar como uma marca-destino de excelência.
 
Em Oleiros possuímos uma oferta hoteleira de qualidade e diversidade, sendo estas encaradas como pontos fortes do concelho. Hoje, podemos orgulhar-nos de ter 12 unidades de alojamento de topo, destinadas aos mais exigentes e variados públicos. 
 
Se considerarmos ainda a singularidade do nosso património natural e cultural (tanto o religioso como o gastronómico), a simpatia e hospitalidade das nossas gentes, ou as atividades de desporto de natureza e aventura que nos têm promovido, verificamos alguns dos argumentos que têm pautado a crescente procura de visitantes e turistas pelo nosso território (o número de dormidas de 2013 para 2015 quase que triplicou).
 
Também não podemos deixar de referir os projetos intermunicipais existentes, como a Rede das Aldeias do Xisto e o Geopark Naturtejo, os quais para além de aumentarem a autoestima das gentes locais, ou de ampliarem a projeção deste território a níveis internacionais, se podem traduzir em inúmeras oportunidades geradoras de riqueza, se soubermos fazer diferente e com qualidade.
 
Nesse sentido, a aposta na diferenciação é crucial e o acréscimo de valor nos produtos locais (artesanato, gastronomia, etc.) deve ser levado muito a sério, através da inovação e de muito marketing, "sabendo trabalhá-los sem os descaracterizar". 
 
O futuro passa cada vez mais pela consolidação do tecido empresarial existente, pelo apoio ao setor da hotelaria, restauração e comércio e pela criação de empresas geradoras de novos produtos e serviços e consequentemente, de emprego para quem se queira fixar.
 
É fundamental a aposta no capital humano e na sua formação, na valorização dos recursos endógenos e na animação do território, através de empresas que operem nesse sentido ou de eventos que tragam gente e deem visibilidade a um território que se pretende viável e com identidade própria. 
 
Acima de tudo, é crucial atrair e fixar pessoas, através da criação de postos de trabalho que promovam bem-estar e riqueza para as gerações atuais e vindouras, garantindo a revitalização e a sustentabilidade do território.
 
Hoje em dia, podemos orgulhar-nos de possuir marcas com bastante notoriedade e a Confraria Gastronómica do Cabrito Estonado, por exemplo, é já uma realidade. O futuro passa, cada vez mais, por saber agarrar as oportunidades.
 
Devemos continuar a apostar na valorização da imagem e na divulgação e promoção do território, dos seus recursos e das suas tradições, através de novas tecnologias e de um marketing territorial assertivo. Só assim se consegue posicionar Oleiros num patamar de excelência e gerir eficazmente esta marca-destino única.
 
Inês Martins
Engenheira Agrónoma
Inês Martins
Engenheira Agrónoma