Cerca de 800 pessoas prestaram, no passado dia 18 de novembro, homenagem ao anterior presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge. O evento contou com a presença do antigo Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, que enquanto antigo chefe de governo e líder do PSD, mas acima de tudo enquanto amigo, elogiou o médico que nasceu na pequena localidade da Silvosa.
“Fernando Jorge ajudou-me muito e poderia ter-me ajudado no Governo. Nós estamos a torcer para que os desafios sérios que enfrenta sejam ultrapassados”, referiu depois de lembrar “que são as pessoas que marcam as instituições e as organizações. Isso aprendi ao longo da minha vida. Sem as pessoas as organizações não são nada. Fernando Jorge ultrapassou aquilo que é o reduto do PSD”.
Pedro Passos Coelho foi uma das muitas personalidades que participaram no jantar de homenagem, onde antigos autarcas como José Marques (Oleiros), José Farinha (Sertã), José Augusto Alves (Castelo Branco) ou Joaquim Morão (Idanha-a-Nova e Castelo Branco), e atuais como João Lobo (Proença-a-Nova), Vitor Pereira (Covilhã), António Beites (Penamacor), Ricardo Aires (Vila de Rei), José Manuel Alves (Vila Velha de Ródão) ou Carlos Miranda (Sertã), marcaram presença.
Foi, por isso, uma homenagem transversal a diferentes cores partidárias, que começou, ao início da tarde, na Silvosa, terra natal de Fernando Jorge. Foi lá que no renovado largo da pequena aldeia da Freguesia de Sarnadas de São Simão, foi descerrado um busto do ex-autarca de Oleiros. “Sou neto e filho de oleirenses. Nasci aqui, na Silvosa e aqui fiz a minha meninice. A nossa casa tinha 30 metros quadrados, onde viviam os meus avós, os meus pais e eu”, recordou, já no jantar.
Embora não estando presentes, Luís Marques Mendes e Luís Montenegro, antigo e atual líder do PSD, elogiaram Fernando Jorge, através de um depoimento enviado à organização e lido na cerimónia. Por sua vez, João Lobo, destacou que na Comunidade Intermunicipal o ex-presidente da Câmara de Oleiros foi sempre parte da solução e nunca do problema.
A homenagem na Silvosa, impulsionada por Francisco Simão, chef conceituado em Inglaterra e pela Comissão Organizadora, foi também ela bastante emotiva e justificada pelo percurso de Fernando Jorge. E foi no largo da aldeia, junto ao seu busto, que o médico não escondeu o desejo “de poder recuperar muitas das casas da aldeia”, que entretanto adquiriu.
No jantar, Pedro Passos Coelho, numa das intervenções aguardadas, lembrou o momento em que convidou o médico para se candidatar à Câmara de Oleiros. “Quando o convidei para ele ser o nosso candidato, sabia que ele iria ponderar bem. Sabia que os planos dele não eram esses. Mas foi com o sentido de servir os outros que aceitou”.
Ao longo da noite muitos foram os testemunhos feitos ao médico. Miguel Marques, presidente da Câmara de Oleiros, explicou que o ex-autarca é “alguém que nunca esqueceu as suas raízes. É também um homem de amizades e hoje vimos aqui pessoas de vários quadrantes políticos e que são seus amigos. Fernando Jorge nunca vira costas a quem lhe pede ajuda. É um homem genuíno, que defende as suas convicções e que quando dá a sua palavra mantêm-na até ao fim”. Paulo Urbano, que fez parte da organização do evento, considerou o médico, “como um amigo leal, um humanista apaixonado e político exemplar”.
A cerimónia incluiu ainda a entrega de diferentes lembranças a Fernando Jorge.