Crónica
Da Serra ao mar
O turismo tem sido decisivo para
travar o avanço da desertificação, atraindo visitantes, mão-de-obra
qualificada e moradores a territórios de baixa densidade que muitos
teimam em chamar Interior - uma contrariedade, se virmos que nos
situamos no Litoral da Europa - e o qual começa cada vez mais a ser
percebido como "o luxo do século XXI".
A diversidade deste território tão
autêntico, com inúmeras experiências para oferecer e gente tão
ávida para receber - e se sabem receber bem..! - são ativos
fundamentais para afirmar este país. No seu todo, Portugal é já uma
referência e foi escolhido há dias, pelo segundo ano consecutivo,
como o "melhor destino turístico do mundo", de acordo com os
prémios World Travel Awards.
Como é que um país tão pequeno em
área geográfica, consegue ser tão grande em identidade, tendo
regiões que são um autêntico país dentro de outro país..? Este é o
caso do Centro de Portugal, onde Oleiros se insere. Cada vez mais
procurado por turistas e visitantes, mas também por investidores
estrangeiros, aqui têm sido descobertos e explorados novos
segmentos de mercado - veja-se os casos de sucesso existentes no
concelho que cada vez mais o afirmam como Destino Mindfulness.
Mas para além de se situar num
território único e ainda preservado no seu estado mais puro,
Oleiros tem uma localização estratégica que o pode distinguir,
situando-se ao mesmo tempo no Litoral da Europa e numa região
transfronteiriça que o aproxima do mercado espanhol.
Por outro lado, o concelho fica no eixo de ligação de fortes
vetores de atração de massas: a neve da Serra da Estrela e o mar
(passando ainda por Fátima). Se soubermos potenciar esta
oportunidade, criando as infraestruturas necessárias que vinculem
esta ligação, poderemos tirar partido de alguns dos argumentos que
nos caracterizam e que podem motivar uma paragem ou uma estadia,
seja o Cabrito Estonado, o Trilho Internacional dos Apalaches ou
qualquer outra imagem de marca deste território.