Editorial
Resiliência
O concelho de Oleiros voltou a ser
afetado por incêndios florestais que tornaram negro o outono e
obrigaram a comunidade a juntar forças para ultrapassar um momento
tão delicado e destrutivo do ponto de vista económico, ambiental,
mas sobretudo social. Os oleirenses já demonstraram ser
resilientes, corajosos e determinados, mas que diabo, chegou a
altura do país olhar para o nosso território, sem caridade, mas com
solidariedade e acima de tudo com coesão territorial. Com medidas
imediatas e simples de executar, de apoio direto às pessoas e às
empresas. É importante ultrapassar as burocracias e colocar no
terreno esse apoio. A Escuderia Castelo Branco deu um bom exemplo
este mês com a entrega de milhares de árvores ao concelho para
reflorestação.
Nunca como hoje os
territórios de baixa densidade precisaram de intervenção. Uma
intervenção à escala global, articulada, mas efetiva. Que
concretize medidas diretas a curto, médio e longo prazo. Diz a
velha máxima que depois da tempestade vem a bonança. Normalmente os
ditados populares têm algum fundo de verdade. Acontece que esta
tempestade foi um fogo destruidor, que deixou marcas profundas, que
importa fazer sarar. Certamente virá a bonança, mas agora importa
apoiar quem precisa. Houve casas ardidas, empresas destruídas,
floresta queimada.
A quadra que agora vivemos é
de solidariedade. Oleiros sempre foi solidário. Nunca pediu nada a
que não tivesse direito. Uma postura reta, difícil, mas que deve
orgulhar todas as suas gentes. E aquilo a que tem direito é muito.
Haja por isso coragem de tomar medidas nacionais que promovam a
coesão territorial e o desenvolvimento de territórios como o nosso.
Nós, resilientes, cá estamos dizendo aquilo que nos faz falta. O
importante é que o apoio chegue ao terreno, de forma simples e
direta, sem rodeios, nem complicações.
A todos um Feliz Natal e um
Próspero Ano Novo, com a esperança que será melhor que 2017.