Crónica
Pegada Ecológica
Mais um ano que chega ao fim e, como é tão usual
dizermos por esta altura…passou tão rápido! Não que as horas tenham
tido menos minutos, nem os minutos tenham tido menos
segundos…simplesmente porque, pela correria do dia-a-dia, não
tivemos tempo para fazer tudo o que nos propusemos fazer para este
e outros tantos anos que já passaram. Este "corre-corre" diário
implica uma imensidão de ações, hábitos de cada um de nós…as
rotinas em casa, a viagem casa-trabalho, todas as atividades de um
dia laboral, refeições, idas às compras…no fim-de-semana, os
passeios em família, as limpezas de casa, a ida ao café para dois
dedos de conversa com os amigos…tudo o que compõe o nosso
quotidiano e tudo o que dele, por vezes, se afasta. Tudo isto deixa
uma pegada, algo mais que a marca dos nossos pés quando corremos
pela areia da praia…é a chamada Pegada Ecológica. Este indicador de
sustentabilidade ambiental pretende avaliar o impacte que o consumo
humano tem sobre o nosso planeta nas suas diversas componentes,
tendo presente que os recursos naturais que usamos são esgotáveis.
Este conceito pretende, acima de tudo, responder à questão "quantos
planetas semelhantes à Terra seriam precisos, se todas as pessoas
tivessem os meus hábitos de consumo?". Para este cálculo são
avaliadas diferentes categorias como sejam a habitação, a energia,
a água, os transportes, a alimentação, os bens de consumo, entre
outros. Este consumo é depois convertido em área bioprodutiva
(terra e mar) necessária para produzir ou repor os recursos
utilizados e para assimilar os resíduos e poluentes produzidos. Na
prática, a nossa pegada ecológica é quantificada em conformidade
com comportamentos que nos parecem irrelevantes…vejamos o simples
facto de escrever este artigo…utilizo papel e caneta para escrever
primeiro um rascunho, ou faço-o diretamente no computador? O meu
computador está configurado para desligar o monitor se eu fizer uma
pausa para ir beber um café? Deixei o carregador ligado à corrente?
Resolvi escrever durante o dia, ao pé de uma janela para aproveitar
a luz solar, ou estou a escrevê-lo de noite, à luz do candeeiro?
Esse candeeiro tem lâmpada económica? Enquanto escrevo tenho a
televisão ligada, apesar de não estar sequer concentrada no
programa que está a passar? E já agora…o tal cafezinho…levou açúcar
refinado? E era de pacote de 1 Kg ou de pacotinhos individuais? E
no final, pus o papel no caixote azul ou misturei-o com o lixo
comum? Usei o carro para despejar o lixo, ou optei por fazer uma
caminhada a pé até ao contentor mais próximo? E assim do nada se
passa de um pezinho de Cinderela para uma pata de gigante! Em final
de ano, fica o desafio de, no corre-corre de 2015 nos lembrarmos
desta grande casa que nos acolhe a todos, porque…Planeta Terra há
só um…este onde moramos e mais nenhum!