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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Autarquia negoceia com administração regional de saúde
SAP fecha à meia noite, mas chegam novos serviços

centro-de-saude.jpgO aumento de consultas médicas, a realização de consultas de especialidade no centro de Saúde de Oleiros (casos de urologia, hipertensão, nefrologia, medicina interna ou gastroenterologia) e a criação de uma unidade de doentes acamados são algumas das contrapartidas negociadas pelo presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge, e a Administração Regional de Saúde do Centro, como contrapartida do encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), entre a meia noite e as 8 horas da manhã.

A confirmação desses novos serviços foi dada ao Oleiros Magazine pelo próprio presidente da Câmara, que acrescentou ainda a "importância de Oleiros possuir um posto de emergência médica em Oleiros e de transportes rápidos". Fernando Jorge lembrou que a aposta é "colocar a saúde ao serviço das populações". Por isso, diz, "vamos apostar na medicina de proximidade. Iremos ter uma carrinha que percorrerá todo o concelho, com um enfermeiro, o qual irá à casa das pessoas, ver a sua tensão arterial ou preparar os medicamentos".

Fernando Jorge adianta ainda que irão ser "feitos rastreios à população". Por outro lado, diz o autarca, "iremos apoiar o transporte dos serviços de urgências quando ocorrerem nesse período".

Já em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Oleiros disse que se falar como político "é contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP)" no concelho, mas que se falar "como médico" a medida "é correta e vantajosa" para a população.

"Em Oleiros, atendíamos um doente, em média, de quatro em quatro dias. Se fosse uma verdadeira urgência, enviava-se para Castelo Branco. Na verdade, o que existia era uma falsa urgência, com custos elevadíssimos e com prejuízos para a população", disse Fernando Marques Jorge à agência Lusa.

Recorde-se que o encerramento do SAP durante a noite foi anunciado pelo presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco. Com esta medida, na área de abrangência da ULS de Castelo Branco (Penamacor, Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova, Oleiros, Sertã e Vila de Rei), durante a noite, ficam apenas a funcionar o Serviço de Urgência do Hospital de Castelo Branco e o SAP da Sertã.

Em declarações à Lusa, Vieira Pires garantiu que a decisão "não foi tomada de ânimo leve", mas disse que se impunha depois de um estudo, elaborado durante os últimos dez meses, ter concluído que, durante a noite, o número de doentes "é muito reduzido".

"Em Oleiros, a média é de 0,16%, ou seja, são precisas cinco a seis noites para que haja um doente. Em Idanha-a-Nova, a média é um pouco mais alta, são necessárias três a quatro noites", afirmou.

O presidente da ULS de Castelo Branco referiu que, "por não haver doentes", se estava a "desperdiçar dinheiro", que pode ser utilizado "em meios mais úteis e que beneficiarão mais as populações".

Vieira Pires acrescentou que, nesse sentido, será deslocalizado mais um médico para Oleiros, onde atualmente o serviço é assegurado por dois médicos a tempo inteiro, por outro a meio tempo e por uma médica de Saúde Pública algumas horas por semana.