Certificação de produtos a caminho
O Salão Nobre da Câmara Municipal de
Oleiros acolheu, dia 17 de janeiro,, uma sessão de esclarecimento
acerca da valorização dos produtos endógenos de Oleiros. A sessão
de esclarecimento foi presidida pela própria diretora regional de
agricultura, Adelina Martins. Este painel, perante uma plateia
repleta e interessada, esteve sempre com a maior disponibilidade
para esclarecer os diversos agentes presentes das mais variadas
fileiras destaque.
Na sessão, o Presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge
afirmou que "com o apoio do governo, a comprovada disponibilidade
dos técnicos do Ministério da Agricultura e do Município de Oleiros
e com a capacidade de trabalho dos Oleirenses, será possível
promover produtos de elevada qualidade e únicos no mundo".
A sessão abordou a valorização dos produtos locais e a sua
diferenciação, enquanto vetor de desenvolvimento integrado e assim,
de sustentabilidade do território, através da promoção dos produtos
tradicionais e da geração de riqueza nas áreas rurais. Segundo
Adelina Martins, a inovação é fundamental, não só ao nível da
produção, como também da comercialização e do consumo. "É
necessário adequar a estratégia e definir quantidades". Por último,
foi avançado que a Direção Regional está disponível para colaborar,
lançando o repto sobre as mais variadas iniciativas, alargando-as a
diversas áreas e incidindo-as principalmente sobre os jovens.
Após uma apresentação direcionada para a produção de medronho,
de elevado interesse prático para os empresários agrícolas, por
parte de Manuel Sequeira, Diretor da Delegação de Castelo Branco da
DRAPC, Arlindo Antunes, chefe da Divisão de Desenvolvimento Rural
daquela entidade, abordou a questão do registo de nomes de produtos
agrícolas e géneros alimentícios com designação DOP, IGP e ETG.
A apresentação deu enfoque à importância da definição da área
geográfica de produção na garantia das especificidades dos produtos
e à ligação destes à origem. Foi assim abordado o Regulamento (EU)
n.º 1151/2012, com especial enfoque sobre questões como o caderno
de especificações do produto, a sua rastreabilidade ou o
agrupamento de produtores e o seu papel fundamental no processo de
diferenciação pela qualidade. Na apresentação foi também referido
que deveria haver uma legislação que facilitasse o processo de
certificação dos produtos locais. Num território como o Centro,
compreendendo 6 distritos, apenas estão considerados 14
agrupamentos de produtores e um total de 23 produtos
qualificados.
No final, Álvaro Batista, do Núcleo de Apoio
Jurídico da DRAPC, abordou a questão da criação de uma marca no
Instituto Nacional de propriedade Industrial, a qual também permite
diferenciar os produtos perante o consumidor e assim, valorizá-los.
Por exemplo, no caso das designações DOP/IGP, uma marca
acrescenta-lhe diferenciação.
Durante a sessão, produtos como o Cabrito Estonado, o vinho
Callum, o Medronho e a Broa da Isna foram bastante abordados e
verificou-se que a certificação ajuda o consumidor a identificar a
excelência do produto. A base da marca é a produção e o futuro
passa pelo aumento do volume de produção, o fomento da iniciativa e
empreendedorismo de jovens que estejam interessados em regenerar o
tecido empresarial e o associativismo dos produtores.