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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Certificação de produtos a caminho

IMG_2676.JPGO Salão Nobre da Câmara Municipal de Oleiros acolheu, dia 17 de janeiro,, uma sessão de esclarecimento acerca da valorização dos produtos endógenos de Oleiros. A sessão de esclarecimento foi presidida pela própria diretora regional de agricultura, Adelina Martins. Este painel, perante uma plateia repleta e interessada, esteve sempre com a maior disponibilidade para esclarecer os diversos agentes presentes das mais variadas fileiras destaque.

Na sessão, o Presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge afirmou que "com o apoio do governo, a comprovada disponibilidade dos técnicos do Ministério da Agricultura e do Município de Oleiros e com a capacidade de trabalho dos Oleirenses, será possível promover produtos de elevada qualidade e únicos no mundo".

A sessão abordou a valorização dos produtos locais e a sua diferenciação, enquanto vetor de desenvolvimento integrado e assim, de sustentabilidade do território, através da promoção dos produtos tradicionais e da geração de riqueza nas áreas rurais. Segundo Adelina Martins, a inovação é fundamental, não só ao nível da produção, como também da comercialização e do consumo. "É necessário adequar a estratégia e definir quantidades". Por último, foi avançado que a Direção Regional está disponível para colaborar, lançando o repto sobre as mais variadas iniciativas, alargando-as a diversas áreas e incidindo-as principalmente sobre os jovens.

Após uma apresentação direcionada para a produção de medronho, de elevado interesse prático para os empresários agrícolas, por parte de Manuel Sequeira, Diretor da Delegação de Castelo Branco da DRAPC, Arlindo Antunes, chefe da Divisão de Desenvolvimento Rural daquela entidade, abordou a questão do registo de nomes de produtos agrícolas e géneros alimentícios com designação DOP, IGP e ETG.

A apresentação deu enfoque à importância da definição da área geográfica de produção na garantia das especificidades dos produtos e à ligação destes à origem. Foi assim abordado o Regulamento (EU) n.º 1151/2012, com especial enfoque sobre questões como o caderno de especificações do produto, a sua rastreabilidade ou o agrupamento de produtores e o seu papel fundamental no processo de diferenciação pela qualidade. Na apresentação foi também referido que deveria haver uma legislação que facilitasse o processo de certificação dos produtos locais. Num território como o Centro, compreendendo 6 distritos, apenas estão considerados 14 agrupamentos de produtores e um total de 23 produtos qualificados.

 No final,  Álvaro Batista, do Núcleo de Apoio Jurídico da DRAPC, abordou a questão da criação de uma marca no Instituto Nacional de propriedade Industrial, a qual também permite diferenciar os produtos perante o consumidor e assim, valorizá-los. Por exemplo, no caso das designações DOP/IGP, uma marca acrescenta-lhe diferenciação.

Durante a sessão, produtos como o Cabrito Estonado, o vinho Callum, o Medronho e a Broa da Isna foram bastante abordados e verificou-se que a certificação ajuda o consumidor a identificar a excelência do produto. A base da marca é a produção e o futuro passa pelo aumento do volume de produção, o fomento da iniciativa e empreendedorismo de jovens que estejam interessados em regenerar o tecido empresarial e o associativismo dos produtores.