Longe vão os tempos em que as provas de navegação 4x4 se realizavam apenas com uma carta militar em papel à escala 1-25000 e uma bússola.

A evolução e o aparecimento de novas tecnologias, levou a que as entidades organizadoras também elas se ajustassem a esta nova realidade e alterassem os regulamentos das provas de modo a permitir o uso de todos os meios disponíveis para navegação.

Em 2006 já era possível usar gps sem qualquer cartografia para apoio à navegação com a carta militar. No Campeonato Nacional de Navegação de 2012 já é permitido o uso de qualquer meio de navegação, nomeadamente utilizar o computador portátil com software de navegação e mapas digitalizados, sendo que o mapa base imprescindível continua a ser a carta militar à escala 1.25000, não em papel mas num ficheiro de imagem JPEG, por exemplo, devidamente georreferenciado.

Com a utilização desta tecnologia a navegação tornou-se muito mais competitiva e muito mais rápida. Em 2006 as provas disputavam-se numa carta militar e dos 60 waypoints marcados a equipa que conseguisse validar 25 já ganhava a prova. Hoje em dia é bem diferente, pois as provas são sempre disputadas em duas cartas militares, no mínimo, e para se conseguir as posições cimeiras da classificação tem de se validar sempre mais de 50 waypoints.

Para se conseguir a máxima eficácia e minimizar os tempos para encontrar os waypoints é necessário ter mapas com a rede de caminhos actualizada, coisa que a maior parte das cartas militares de Portugal não tem. A titulo de exemplo, a carta militar 266 onde se localiza a freguesia do Estreito, foi desenhada com base nos trabalhos de campo de 1989 e publicada em 1993, ou seja em cerca de 20 anos muitos caminhos foram abertos e muitos outros deixaram de existir.

Apesar destas cartas serem indispensáveis, pois têm muita informação sobre o terreno, existe neste momento a possibilidade de serem complementadas com ortofotos (fotografia aérea) através da sobreposição dos dois mapas.

É possível obter ortofotos do país todo, gratuitamente, com a mesma área das cartas militares, com recurso a software também gratuito. Para isso basta obter através do site do fabricante o programa GmapMaker, após isto abrimos a aplicação "Cartograma V2.0.1" para o Google Earth e obtemos as coordenadas dos cantos superior direito e inferior esquerdo correspondente à carta militar da qual queremos obter a ortofoto. De seguida, basta colocar estas coordenadas no Gmapmaker, escolher o nível de zoom desejado e o programa cria um novo mapa georreferenciado que pode ser sobreposto directamente sobre a carta militar no software de navegação.

Com esta tecnologia conseguimos ter mapas sempre actuais sem perder a informação valiosa que existe nas cartas militares.