Newsletter
Subscreva a nossa newsletter

Newsletter

FacebookTwitter
Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Autarcas alertam para
Perigos do fim de freguesias

IMGP3605.JPG

A Comunidade Inter-municipal do Pinhal Interior Sul (CIPIS) que congrega os concelhos da Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei alertou o Secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, sobre os perigos da diminuição do número de freguesias naquele território.

José Marques, presidente da CIPIS e da Câmara de Oleiros, aproveitou a cerimónia que assinalou o Dia da Comunidade (que decorreu na passada sexta-feira, em Vila de Rei) para abordar junto daquele membro do Governo a questão. O autarca espera que o Documento Verde da reforma administrativa não venha a contribuir ainda mais para o esvaziamento destes territórios. "Não podemos deixar de alertar para a aplicação dos critérios no que se refere à reestruturação no número de freguesias. Numa lógica de bom senso devemos avaliar caso a caso. Este é um território marcado pela difícil topografia, o que dificulta os acessos das populações (na sua maioria envelhecidas e dispersas)".

No entender de José Marques, "a aplicação de alguns critérios definidos nesse documento leva a que se inviabilizem algumas das freguesias actuais, o que poderá contribuir para o isolamento dos seus habitantes". O autarca vai mais longe e defende que "deveria haver mais benefícios para quem vive no interior, garantindo a manutenção dos recursos naturais enquanto bem comum, a humanização do território e a preservação da sua identidade".

O autarca lembrou o potencial da região, a qual tem a floresta como uma das alavancas para o seu desenvolvimento. José Marques recordou ainda que também o turismo é um sector importante, no qual importa fazer um trabalho em conjunto, para que se possa criar um modelo complementar.

Paulo Júlio acabou por não se referir ao Documento Verde, optando por explicar a reforma em curso da administração local. E num discurso, já não tanto pedagógico como há quatro meses atrás, veio mostrar que será possível trabalhar o inter-municipalismo para além dos fundos comunitários. Para tal está em curso um estudo a levar a cabo por duas comunidades inter-municipais e que vão delinear as bases do reforço importância destas instituições no futuro próximo. Um trabalho que tem por missão libertar recursos individuais dando competências às comunidades inter-municipais que antes eram da inteira responsabilidade de cada município.

Aquele membro do Governo não quer que o poder central continue a despejar competências mas sim a descentralizar ao invés do que tem acontecido até aqui. No que toca ao combate ao esvaziamento do território é preciso trabalhar na fixação de população porque de outra maneira não é possível segurar os mais novos e por isso o secretário de estado lançou mais uma vez o desafio de se investir em boas políticas como algumas que já são levadas a cabo a nível concelhio, transpondo-as agora para uma escala maior.

A cerimónia serviu ainda para distinguir os jovens que participaram nas actividades desportivas desenvolvidas no âmbito do Dia da Comunidade.

Luís Biscaia
Rádio Condestável