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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Crónica
As Árvores Monumentais de Oleiros

226230_1946104822145_1528283821_32057036_6382741_n.JPGEm Portugal, ao nível da cultura popular, e até mesmo da religião, as árvores sempre tiveram a sua importância histórica. Possuidoras de intrínseco valor ecológico, nomeadamente como modeladores da paisagem, são muitas vezes consideradas símbolos, estando na origem da toponímia de muitas localidades portuguesas.

Alguns dos exemplares dispersos pelo território nacional são considerados "monumentos vivos", constituindo um património incalculável. Muitas dessas árvores são multisseculares ou mesmo milenares; enquanto que outras, pelo seu porte e altura, integram o ranking das maiores árvores da Europa. A par de todas estas características, o seu valor acresce quando são representantes, cada vez mais raros, das florestas autóctones que outrora cobriam o nosso país, como é o caso da considerável mancha de Azereiro existente no nosso concelho.

Partindo de uma pesquisa efectuada às árvores notáveis existentes no nosso território, algumas delas protegidas como Monumentos Vivos de Interesse Público e em plena celebração do Ano Internacional das Florestas, esta será mais uma maneira de apelar para a importância inequívoca desta riqueza.

Só no concelho de Oleiros, a juntar às manchas florestais assinaladas pelo seu interesse turístico (algumas das quais entendidas como bosques reliquiais), distinguem-se três árvores notáveis. Para além dos dois exemplares de Castanheiro existentes nas freguesias do Estreito e da Isna, o destaque deste artigo vai para o Freixo situado no Adro da Igreja Matriz de Oleiros.

Ao longo da sua já longa vida, o Freixo do Adro sofreu alguns incidentes, tendo ardido parcialmente durante o grande incêndio de 2003. Valeu a esta árvore notável a robustez do seu tronco (com mais de 4 m de perímetro) e a elevada resistência da madeira ao fogo. No entanto, foi a sua impressionante capacidade de regeneração que fez com que rebentasse de novo e hoje continua a ser a frondosa árvore que sempre ali existiu. A sua história marcará para sempre a população de Oleiros, dando um exemplo de perseverança e resistência perante a adversidade, atributos tão pertinentes nos tempos que correm.

Inês Martins