Dezoito presidentes e vice-presidentes de Municípios da zona centro do país (do litoral ao interior) defenderam, em Oleiros, melhores vias de comunicação, como o IC31 em perfil de autoestrada que permita uma ligação entre Madrid e a Figueira da Foz em autoestrada.
Fernando Jorge, presidente da Câmara de Oleiros, foi o promotor da reunião, realizada a 1 de julho em Oleiros, onde marcou presença o ex-Primeiro-Ministro, Pedro Santana Lopes, agora nas funções de autarca da Figueira da Foz.
Para o antigo chefe do Governo português, o problema é “Lisboa não conhecer este território. Se conhecessem o processo de decisão era importante. Se nestes próximos cinco as decisões adotadas não forem bem estudadas, vamos estar séculos parados”.
Além de Oleiros e da Figueira da Foz estiveram presentes autarcas de Coimbra, Sertã, Vila de Rei, Vila Velha de Ródão, Penamacor, Belmonte, Idanha-a-Nova, Cantanhede, Penacova, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pedrógão Grande, Ancião, Pampilhosa da Serra e Proença-a-Nova.
O antigo Primeiro-Ministro falou também da questão do aeroporto, lembrando que Montijo ou Alcochete não serve a região centro. “O problema é que quem influencia as decisões é o concessionário”, disse. José Manuel Silva, presidente da Câmara de Coimbra sublinhou a importância desta questão e reclamou “um aeroporto para a região centro do país. Isso deve ser posto na agenda, independentemente do local em que fique”.
Fernando Jorge, presidente da Câmara de Oleiros, explica que o objetivo é “ajudar o Governo a apoiar toda esta região. Não nos queremos substituir às Comunidades Intermunicipais”. Aliás, para os autarcas seria importante que as próprias Comunidades pudessem participar em futuros encontros.
As realidades dos municípios são diferentes, mas numa perspetiva mais macro há muitos pontos de convergência. Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara de Castelo Branco lançou o desafio de se promover um “Fórum Regional, de onde possa sair um documento para enviar à tutela”. Uma proposta acolhida por todos os autarcas.
Na mesma reunião, o autarca de Oleiros alertou para a necessidade de valorizar os produtos endógenos e lamentou o facto das empresas que trabalham no setor da madeira terem que importar essa matéria-prima, quando estão instaladas numa zona de floresta e pinhal. “Não é darem-nos quatro euros por hectare que podemos fazer o reordenamento da floresta. O poder central tem que ter atenção para com os seus municípios”, disse, para depois dar mais um exemplo: “não é justo que se queira colocar painéis solares no Cabril e se pretendam fazer transvases sem que os autarcas tenham conhecimento”.