Bom Censo
Numa
altura de reflexão em torno dos dados demográficos do chamado
Interior e do seu futuro, verificando os fluxos e factos que têm
ocorrido na região, será pertinente referir que todos somos
responsáveis pelo meio onde nos inserimos. Parte de nós, em
primeira instância, a sua valorização. Todos os que vivem o
território (porque nele residem, trabalham, investem ou porque o
visitam), independentemente do ideário de cada um, têm uma
quota-parte de influência no acréscimo de valor que nele é gerado
ou no fomento da sua atratividade.
Quem aqui vive, beneficia de um ecossistema de afetos e emoções de
proximidade, o que amplia o impacto da sua pegada social. Entre as
mais-valias associadas ao modus vivendi dos territórios de "baixa
densidade" (apenas em termos demográficos!), destaca-se o potencial
de empatia que pode ser gerado entre a comunidade. Desde sempre,
este tem representado uma das marcas identitárias de várias vilas e
aldeias, conferindo-lhes uma alma própria.
A terminar, reforço que os indivíduos que se inserem num habitat,
para além da questão da pertença ao mesmo meio, são simultaneamente
influenciados por ele e seus influenciadores. A capacidade acolher
e incluir, de criar conexões e de estabelecer sinergias, dependerá
muito do envolvimento e da empatia coletiva que se for gerando. Só
assim se conseguirá, a uma escala significativa, afirmar uma
comunidade e discriminá-la positivamente. Haja boa-vontade e bom
senso.