Editorial
Questionar para gerar inovação
Uma sociedade que não questiona,
estagna, não evolui.
Depois de um final de ano
atribulado, em que se escreveram rios de considerações sobre os
professores, é fundamental recordar que ensinar é sobretudo
questionar, para aprender e evoluir. Percebo as razões dos
professores e, ao mesmo tempo, reconheço o transtorno causado às
famílias e especialmente aos alunos. Como Diretor, estou certo que
é "boa filosofia" perceber que tanto os professores como a
comunidade educativa têm direito a discordar, mas o respeito pelas
opiniões dos outros é fundamental.
Falando agora do questionar, do
saber, Umberto Eco escreveu "o saber não é culpado pelo orgulho
demoníaco com o qual caminhamos para a possível destruição" e que
"é a ciência o único alerta possível para os riscos que emergem".
referindo-se ao avanço das ciências e às suas descobertas e às
interrogações sobre as ameaças ao bem estar da Humanidade e
refletindo sobre os valores de quem a pratica, ou as razões que
levam ao progresso.
Assim, questionar com respeito
pelos valores globais, é um "questionar" fundamental à
aprendizagem, Umberto Eco afirma que "deveria ser levado ao
conhecimento dos jovens de todas as escolas para que possam
reflectir sobre os princípios da ciência moderna". Talvez para que
as gerações futuras aprendam com base na reflexão e em valores que
hoje podem estar em causa, questionar, refletir sobre tudo na vida
é o único caminho para um Futuro construído em Democracia e com a
Participação de todos
Receio que a procura, por vezes
irrefletida e irresponsável de alguma modernidade, dominada pela
ganância do Homem, seja mais importante que os valores universais
dos Direitos da Humanidade, começando com o direito a um Planeta
Feliz.
Para que Portugal continue a
atual tendência de crescimento económico, tem de investir, cada vez
mais, na formação das suas pessoas, evoluindo para uma sociedade do
saber, do conhecimento e com forte apetência pela criação, tendo em
consideração as necessidades tecnológicas que a quarta revolução
industrial vai obrigar a redefinir.
"Todos nós temos o direito de
aceitar ou discordar de uma determinada situação, o que não podemos
é querer impor a todo custo o que achamos ser correto". como
afirma, Mazenildo Feliciano Pereira.
Em conclusão: por vezes, parece
que questionar ou discordar é um mal social. No entanto, esse deve
ser o principal papel da Escola: formar para a interrogação, para o
pensar e para a evolução, gerando conhecimento e capacidade de
inovação.