crónica
A Escala(da) dos Territórios
Há dias, numa vila vizinha,
apercebi-me que também ali me sentia em casa. Passei por várias
pessoas conhecidas, oriundas de outros concelhos do Pinhal e
constatei que há hoje estabelecida uma vasta rede de relações e
afetos que, a par da qualidade de vida que aqui se consegue ter,
nos faz a todos mais felizes. Por outro lado, também graças à malha
de acessibilidades que atualmente existe, nós, os chamados cidadãos
do Pinhal, vivemos todos (e a todos os níveis) mais
próximos.
Cada concelho tem a sua
identidade, os seus pontos fortes, imagens de marca e
especificidades. Isso é único e deve ser preservado. Temos a sorte
de viver numa das regiões mais suis generis do país, com uma
autenticidade ímpar. Há nestas gentes uma garra inquestionável que
faz com que queiram superar-se, ir mais além e escalar o mais
possível, atingindo um posicionamento elevado. Veja-se o exemplo do
nosso ilustre conterrâneo António de Andrade, o primeiro europeu a
escalar os Himalaias...
Mas o tanto que nos une, aos
cidadãos do Pinhal, é uma matriz territorial genuína que só nos
pode tornar mais fortes. Mais do que a escalada individual de cada
um, há aqui uma noção de escala que deve ser reforçada, ampliando
horizontes. A visão que temos de nós próprios e do contexto onde
nos inserimos deverá ser mais alargada.
Já todos percebemos, ou
deveríamos ter percebido, que o todo é maior do que a soma das
partes. Chegaremos mais longe se formos todos juntos. Só assim nos
afirmamos e ganhamos a escala suficiente para aumentarmos a nossa
qualidade de vida, a oferta de bens e serviços que nos satisfaz e o
bem-estar que nos realiza.
Por último, e em nada menos
importante, só assim se assumirá outro posicionamento, ganhando
mais peso e poder reivindicativo. Esta será a melhor forma de tirar
partido dos nossos recursos e produtos, promovendo-os e
"vendendo-os" a uma escala capaz de gerar riqueza e a
sustentabilidade socioeconómica de toda uma região que tem tudo
para ser ainda mais coesa e competitiva.