Editorial
Editorial
Somos permissivos com os nossos erros
e pouco tolerantes com as erros dos outros. Talvez a nossa
sensibilidade seja substancialmente diferente consoante sentidos os
problemas na nossa pele ou quando os vemos na terceira
pessoa.
Esta atitude é muitas vezes mal
interpretada, por não sabermos que o erro também nos faz aprender.
Os professores sabem-no e é na tentativa de evitar o erro, que
baseamos muitas vezes a prática letiva e o estudo. Ensinamos a
aprender no sentido mais lato… preparando para a Vida.
Esta "coisa" do Fado Português,
onde parece ser nosso destino o sofrimento, erro e o infortúnio,
sempre me disse pouco. Defendo com unhas e dentes as capacidades
das nossas crianças e dos nossos jovens para serem melhores hoje do
que ontem.
A capacidade de superação que os
nossos alunos têm é reveladora de um modo de estar, bem diferente
do que por vezes se "canta" como sendo a Alma dos
Portugueses.
Defendo que o que nos faz grandes
como país são os jovens, futuros homens e as suas capacidades. Com
estas, conseguem reinventar o mundo e, com a insistência e a
perseverança que possuem, empreendem e superam-se.
Ainda hoje sou surpreendido com a
sua capacidade de superar limites e de impor a, si mesmos, metas
que por vezes parecem impossíveis de concretizar. Costumo sublinhar
que nós, os portugueses, somos bons nisso mesmo, na avaliação do
meio e na superação de barreiras e de dificuldades.
Assim, o Fado Português é, na
minha opinião, o Sonho, com a sua capacidade de antever, de criar
laços e pontes para o Futuro, contrariamente ao vulgo pessimismo
com que costumamos ser conotados. Esta é a minha visão de Escola,
que procura fornecer aos alunos as ferramentas que lhes permitam
enfrentar esse Futuro por inventar e adquirir a capacidade de fazer
as pontes para nos aproximarmos dele.
Este ano, a vitória no europeu de
futebol a 10 de julho, serviu para um despertar do orgulho em ser
português que não me lembro de ter visto. Na minha opinião, este
facto teve a virtude de fazer notar mais as nossas capacidades e as
nossas vitórias.
Aproveitemos então as férias de
verão para comemorar os sucessos. E para quem as coisas não
correram bem, aprendam, corrigem e perseverem, as quais, juntando
uma pitadinha de sorte, são as qualidades dos vencedores.
Boas férias
Pela direção, o
Diretor
António
Cavaco