As igrejas de Nossa Senhora da Conceição e da Misericórdia de Oleiros acabam de ser classificadas como monumentos de interesse público. Isso mesmo é referido pela secretaria de Estado da Cultura, através de portarias já publicadas, no dia 25, em Diário da República.

Segundo o Oleiros Magazine apurou, estas classificações já tinham sido aprovadas no início de julho pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, refere a Portaria, "deverá datar da primeira metade do século XIII, quando este povoado recebeu o seu primeiro foral". No entanto, desse templo medieval já não existem vestígios e a construção do atual tem cerca de 500 anos.

A portaria refere que "desta cronologia é testemunho o seu modelo estrutural classicista de três naves, típico dos templos portugueses do segundo quartel do século XVI (apesar da fachada se encontrar bastante desvirtuada), que se conjuga com a riqueza do programa decorativo, elaborado ao longo de dois séculos".

Já o site da Câmara de Oleiros explica que a "sua construção iniciou-se em 1532, durante o reinado de D. Manuel I e levou tantos anos a ser dada por concluída, que teve de ser reparado mesmo antes de estar concluído (1715). Este templo tem um ar sóbrio, aligeirado por duas naves laterais, mais baixas que a nave central pórticos de verga reta e frontão angular. Visto de fora, este edifício não evidencia todo o esplendor que encerra no seu interior".

Refere ainda a autarquia que "a suportar o peso do corpo da Igreja, encontram-se seis possantes colunas dóricas, provenientes do convento que existiu na povoação do Mosteiro, que elevam a nave central, conferindo-lhe amplitude e grandeza. As paredes laterais são revestidas por belos painéis cerâmicos figurativos, do séc. XVIII, representando uma cena profana e a expulsão do Paraíso, com Adão e Eva singularmente representados à maneira setecentista".

Já o "altar - mor é fascinante, revestido de azulejos hispano - árabes do séc. XVI, evidencia uma certa inspiração mourisca. O teto desta igreja é digno de apreço, com caixotões de madeira no qual foram pintados 27 quadros setecentistas de evocação Mariana. Os cinco altares existentes são fascinantes e conservam o esplendor de tempos primitivos. Sendo guarnecidos por uma elegante talha dourada, ostentam fabulosas colunas espiraladas, com entrelaçamento de parras de videira e cachos de uvas, e pássaros de longas caudas".

A Igreja da Misericórdia de Oleiros, na qual se instalou a Irmandade da Misericórdia de Oleiros, foi fundada em 1578. A Misericórdia de Oleiros teve alvará em 20 de Maio de 1578, tendo ficado com os bens da Ordem do Hospital.

Diz o site da autarquia que "este sóbrio edifício foi erguido no séc. XVI, no reinado de D. Manuel I. Destaca-se no entanto, na sua fachada principal, a inscrição com a data 1714 que indica, provavelmente, o ano em que foram concluídas as obras de reconstrução, 200 anos depois. Apresenta uma planta longitudinal, com uma única nave e nicho na fachada principal. Este imóvel, de dois registos, exibe vãos de lintel reto e empena triangular encimada por cruz latina. No seu interior contempla-se um retábulo de boa talha dourada de estilo nacional com cornija ligada ao teto e um revestimento de excelentes caixotões pintados. Este interior foi contemplado recentemente com uma interessante intervenção de restauro".

O município informa que "é nesta capela que estão recolhidas as imagens, em tamanho natural, de S. João Evangelista, Nossa Senhora das Dores, Senhor dos Passos e o Senhor Morto. Estas belas imagens, de grande expressividade, apenas saem deste local na Procissão dos Passos e na Semana Santa. e a estrutura foi completamente alterada no primeiro quartel do século XVIII".

Com estas classificações foram ainda definidas duas zonas de proteção em redor dos monumentos.