O ministro da Economia do Governo de António Guterres, Augusto Mateus, considera que "o país se zangou com o povoamento", e que "só se preocupou com o planeamento".

Augusto Mateus falava durante o I Congresso Nacional de Turismo Rural, que decorreu em Oleiros, colocando o dedo numa ferida que afeta o interior do país.

Na sua perspetiva o país saiu a perder ao não "se meter o povoamento urbano e empresarial no planeamento" de Portugal.

Perante uma sala cheia e num dos concelhos que faz parte de uma das maiores manchas florestais da Europa de pinheiro bravo, Augusto Mateus abordou ainda a questão dos cadastros. "Temos um país onde não falta nada, que tem tudo", começou por referir para depois lembrar que na zona centro "temos uma floresta que para nós é um problema, pois os cadastros não se fizeram. É verdade que a sua concretização é demorada, mas eles são estratégicos".

De resto, a questão dos cadastros é uma forte aposta da Câmara de Oleiros. Fernando Jorge, o seu presidente, já referiu isso por diversas ocasiões.

O Iº Congresso de Turismo Rural teve o alto patrocínio da Presidência da República, e reuniu em Oleiros, no Hotel Santa Margarida, os presidentes das entidades regionais de turismo (Madeira e Açores incluídos), presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, presidente da Federação de Turismo Rural, autarcas, entidades espanholas e muitos agentes turísticos.

Para Augusto Mateus "o turismo rural genuíno tem mais valor", mas tem que se pensar "quais são as pessoas que vão compensar o nosso esforço". E quando se fala nas experiências que o turismo rural pode proporcionar aos turistas (que na sua maioria ainda são portugueses), Augusto Mateus lembra que a "experiência tem que primeiro criar desejo".

O economista considera que "o turismo rural tem uma margem de evolução colossal. A sua internacionalização é uma imensa oportunidade que temos pela frente", referiu depois de ter explicado que "¼ das exportações portuguesas estão relacionadas com o turismo".