Justiça
Oleiros rejeita fecho do Tribunal
Os autarcas do concelho de Oleiros,
juntamente com os de diversos pontos do país concentraram-se no
Terreiro do Paço em Lisboa, no passado dia 28 de Junho, contestando
o projecto de novo mapa judiciário que prevê o encerramento de 54
tribunais, no qual se inclui o de Oleiros. A concentração foi
convocada pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)
para contestar o projecto, que em documento refere "Não é aceitável
continuarmos a assistir ao deslocar constante de serviços
essenciais para as populações, deixando para trás parte de Portugal
e um grande número de portugueses".
A associação manifesta a sua
concordância com a racionalização dos serviços públicos, desde que
"não coloque em causa os direitos dos cidadãos e o equilíbrio e
coesão territoriais", acrescentando que "as propostas de revisão da
organização judiciária não podem nem devem constituir mais um
factor determinante para despovoamento das zonas menos populosas do
país".
A ANMP mostra-se indignada e
considera inadmissível que a ministra da Justiça tenha apresentado
o projecto sem discussão prévia com os eleitos locais, o que
qualifica como uma "desconsideração".
O presidente da Câmara de Oleiros,
José Marques, explicou ao Oleiros Magazine que o tribunal de
Oleiros "dá um lucro de cerca de 45 mil euros". O autarca, opõe-se
frontalmente ao fecho do Tribunal de Oleiros.
Em declarações ao Oleiros Magazine,
José Marques explica que foram já apresentadas três propostas ao
Ministério da tutela, no sentido de se manter a funcionar aquele
serviço em Oleiros.
Segundo o autarca, no último ano, o
Tribunal de Oleiros gerou receitas de cerca de 170 mil euros , as
quais foram suficientes para pagar aos funcionários, sobrando ainda
cerca de 45 mil euros. Ou seja, o Tribunal de Oleiros dá
lucro".
José Marques assegurou que, dos 54
tribunais que estão previstos desaparecer, o de Oleiros é "aquele
que menos onera o Ministério da Justiça, pois apenas tem 7.300
euros para funcionamento por ano (sem contabilizar os
vencimentos)".
Como o Oleiros Magazine já referiu,
o tribunal funciona em instalações da autarquia, pelo que o
Ministério da Justiça não paga renda, nem o consumo de água. A
autarquia, que já remodelou o edifício, também se disponibilizou
para assumir os encargos com electricidade.
No entender de José Marques, o
encerramento do tribunal não faz qualquer sentido. O autarca lembra
que "o número de processos que consta no documento do Ministério da
Justiça não corresponde à verdade".
O presidente da câmara referiu que
estes dados já foram enviados ao Ministério da Justiça, ao
primeiro-ministro e à Presidência da República.
José Marques revelou que já
conversou "com altos responsáveis do Governo, alertando-os para
este problema que afecta muito as populações".