Editorial
Uma Páscoa solitária e solidária
O mundo vive um dos seus piores pesadelos em termos
de saúde pública com a pandemia Covid-19. Importa, neste momento,
que sejamos solitários na convivência presencial, mas solidários
nas atitudes e nos pensamentos. Significa isto que, sem alarmismos,
cada um de nós cumpra o seu papel, fique em casa, e evite contactos
pessoais. Este é um dos momentos mais importantes da história
recente da humanidade e a batalha só será ganha se todos formos
responsáveis.
Não importa se não abraçamos o
nosso pai, tio, irmão ou amigo, se não beijamos a nossa mãe ou os
nossos filhos. teremos, depois de tudo isto passar, muito tempo
para beijos e abraços. Quem regressou de fora para o nosso concelho
também deve adotar medidas preventivas, de auto-isolamento. Há 50
anos atrás os jovens portugueses eram obrigados a ir para a guerra
colonial. Não tinham escolha. Iam para a guerra! Hoje, aquilo que
se nos pede é que estejamos em casa. Difícil?! Difícil era ir para
a guerra sem saber se se regressava. Por isso, fiquem em
casa.
A Páscoa, que é por tradição, um
momento de fé e de família, vai ficar este ano marcada pela
ausência de festas familiares. Não importa se é só o almoço ou se é
só o jantar. Basta um minuto para que quem estando doente, e não o
sabendo, contagie todos os outros. A Covid-19 deve ser encarada de
forma séria. Provavelmente, dentro de um ano vamos olhar para a
doença como algo normal. Mas hoje ainda não há vacina nem
tratamento. Por isso a segurança de todos depende das atitudes de
cada um.
Vamos celebrar a Páscoa de forma
solitária, mas solidária. Falemos por telefone, pelas novas
tecnologias com quem gostamos e amamos. Mas sejamos
responsáveis.