crónica
Slow tourism o chamado turismo sem pressas
Vivemos atualmente a um ritmo
alucinante. A agitação do dia-a-dia e o stress - que começa a ser
tónica dominante na sociedade -, são fatores de desgaste que não
nos permitem apreciar o que temos à nossa volta. Quantas vezes nos
queixámos de falta de tempo? Quantas vezes não dispensámos a
atenção necessária para melhor fruir de um determinado momento? É
urgente pensarmos em desacelerar o tempo e valorizar as nossas
vivências.
No caso do turismo, o conceito slow
tourism é uma tendência contemporânea que pretende criar uma
redefinição do setor. Segundo os especialistas, esta nova corrente
"pretende promover o turismo sustentável e fomentar as iniciativas
locais, numa inversão de prioridades onde as condutas internas e de
bem-estar da oferta turística sobressaem sobre a preocupação única
de satisfazer as expectativas do turista".
Qualquer pessoa que mude de
ambiente está mais apta a alterar as suas rotinas. É isso mesmo que
se verifica quando os visitantes e turistas chegam a um destino,
estando normalmente mais predispostos a "desacelerar". É desse
efeito de desaceleração que devermos tirar partido. Só assim
conseguimos optimizar vivências.
Criar dinâmicas slow que passem
pela valorização da oferta no território parece ser o caminho,
proporcionando experiências marcantes. Estas podem ser conseguidas
através do conhecimento; de elementos estéticos de evasão; da
promoção da qualidade, do silêncio, da autonomia ou da segurança;
da degustação de sabores únicos; de atributos histórico-culturais e
identitários ou até mesmo da consciência socio-ambiental de cada
um. Não se pretende parar no tempo, mas sim dar mais tempo ao que
deve ser apreciado e vivido.
Em tempo de celebração de tradições e valorização de produtos
endógenos de excelência, existem atributos vários que devem ser
potenciados, descobertos e experienciados sem pressas.