Justiça
Oleiros contra o fecho do Tribunal
A Câmara de Oleiros
opõe-se frontalmente ao encerramento do tribunal no concelho A
reacção do presidente da Câmara, José Marques, surgiu logo após o
anúncio da proposta do Ministério da Justiça do novo mapa judicial,
onde o Tribunal de Oleiros é apontado como um dos que devem
encerrar.
Em declarações ao Oleiros Magazine,
José Marques, revela "o assunto é bastante importante, pelo que
terá que ser discutido com a ministra da Justiça ou com o
Secretário de Estado, e não com um chefe de gabinete". O autarca
adianta que foi entregue um documento ao Ministério da Justiça, ao
Gabinete do Primeiro Ministro, à Presidência da República, à
Assembleia da República e aos deputados, onde são sublinhadas as
razões para se manter o Tribunal em Oleiros.
Os critérios que levaram à
elaboração da proposta prendem-se com o número de processos (os que
têm menos de 250 devem encerrar), com a distância entre o tribunal
a encerrar e o que o vai acolher (menos de uma hora de viagem), com
a qualidade das instalações e com o fato de estas serem ou não do
Ministério da Justiça.
José Marques assegura que "enquanto
eu estiver à frente da Câmara de Oleiros vou opor-me frontalmente a
este tipo de propostas".
O autarca lembra que "as instalações
onde está situado o Tribunal são da autarquia, logo o Ministério da
Justiça não tem qualquer gasto com rendas. A própria água consumida
é suportada pela autarquia, e a eletricidade também o foi até há
cerca de seis anos. Mas se o problema é esse, nós também
suportaremos a energia eléctrica!".
O presidente da Câmara de Oleiros
adianta que o Tribunal de Oleiros tem apenas três funcionários, os
quais fazem parte dos quadros do Ministério da Justiça, pelo "que o
ministério terá sempre esses custos a seu cargo em Oleiros ou
noutro local".
José Marques crítica ainda a
distância a percorrer para o Tribunal de acolhimento, neste caso na
Sertã. "Mais de metade do concelho de Oleiros encontra-se a muito
mais de uma hora da Sertã", diz o autarca.
O presidente oleirense diz mesmo que
quem elaborou a proposta "não saiu do seu gabinete e não conhece a
realidade do concelho. A Oleiros ninguém veio e, tal como sucedeu
noutras questões, a autarquia nem sequer foi contactada".
No que respeita ao número de
processos, o autarca de Oleiros adianta que "o Tribunal tem cerca
de 240. E só não tem mais porque devido à lentidão da justiça há
casos de pessoas que foram vítimas de furtos e que decidiram não
apresentar queixa".