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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Apoio ao luto no concelho de Oleiros
O trabalho da Câmara de Oleiros no acompanhamento psicológico, sobretudo dos mais idosos, mas que é transversal a toda sociedade, é exemplar. É também nesta perspetiva que surge o apoio à produção deste livro por parte da autarquia de Oleiros.
Como o Oleiros Magazine divulgou na sua edição de março, a  Câmara de Oleiros, em parceria com a psicóloga Rafaela Lopes, já apoiou 130 pessoas, no âmbito do projeto de apoio psicológico desenvolvido no concelho. 
 Em nota enviada ao Oleiros Magazine, a autarquia explicava que "o trabalho feito pela psicóloga no concelho de Oleiros passa, não só pelo acompanhamento personalizado, mas antes de tudo o resto, por uma avaliação inicial. Depois dessa avaliação há casos em que é necessária articulação com o Centro de Saúde através dos médicos de família, que por sua vez encaminham para outros cuidados de saúde especializados. Além da função terapêutica, existe a preocupação de sinalizar alguns casos de carências socioeconómicas em articulação com a Segurança Social e o Gabinete de Ação Social do Município. A relação com estas e outras estruturas é recíproca, como acontece na troca de informação com a enfermeira Sandra Alves. Também ela percorre o concelho, neste caso, com a Unidade Móvel de Saúde onde a pressão arterial, o excesso de peso e o perigo de diabetes são os protagonistas". 
 Num território tão vasto e em que existe muita população isolada é fundamental a colaboração entre todos os profissionais que têm contacto com a população, como é o caso da Santa Casa da Misericórdia de Oleiros e a de Álvaro, do Centro Social e Paroquial do Estreito, do Centro Social de S. João do Sobral, do Gabinete de Proteção Civil do Município assim como de Unidades de Saúde (Centro de Saúde, Unidade de Cuidados Continuados do Centro Social do Orvalho), entre outros. É desta forma que Rafaela Lopes tem conhecimento de casos um pouco por todo o território com mais de 470 quilómetros quadrados.
 O programa de Apoio ao Luto destacou-se por ser pioneiro a nível municipal, na região e até no país. Depois da avaliação inicial, Rafaela passa a realizar o acompanhamento, caso o utente o necessite e o deseje. Em 2015 acompanhou cerca de 40 processos de luto e observa que as situações mais frequentes são relativas ao falecimento do cônjuge e/ou de filhos. No entanto, sublinha que além do luto, há outras situações psicopatológicas como depressões, demência ou situações de adaptação a novas condições de saúde física, como por exemplo, depois de ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Além destes, realça um problema por vezes desvalorizado, o apoio ao cuidador, e acrescenta: "Se o cuidador não estiver bem, o idoso ou doente também não vai estar". Oleiros possui uma grande parte da população com mais de 60 anos e por isso, "a adaptação ao envelhecimento normal da idade é diferente de pessoa para pessoa e também requer atenção" refere Rafaela Lopes.