Concelho de Oleiros é um dos territórios beneficiados
Há 700 milhões para a nossa floresta
700 milhões de euros é quanto o Estado
tem disponível para, nos próximos quatro ou, cinco anos, intervir
em territórios como o de Oleiros, no âmbito do programa das Áreas
Integradas da Gestão da Paisagem. O anúncio foi feito naquela vila
do Pinhal, pelo Secretário de Estado das Florestas, João Paulo
Catarino, durante uma reunião promovida pelo autarca oleirense,
Fernando Jorge, no passado dia 20 de outubro.
O governante disse que esta é uma oportunidade única para se mudar
a floresta e torná-la mais resiliente a situações de incêndios
florestais e às alterações climáticas. O programa prevê a
intervenção em espaços contínuos de pelo menos 100 hectares de
floresta, embora, como referiu o Secretário de Estado, o ideal são
áreas com mil hectares.
Na prática o Estado pagará o projeto, a intervenção e a sua
gestão. E para que não haja espaços não intervencionados em áreas
em que se pretende intervir, está previsto "o arrendamento forçado
das terras, a um preço justo, para evitar que haja espaços não
intervencionados no meio dos outros. Para os prédios em que não se
identifique o proprietário, a empresa pública FlorestGal ficará com
a sua guarda durante 15 anos. Se entretanto aparecer o
proprietário, ele ser-lhe-á devolvido. Caso contrário, depois
ficará para o domínio do Estado", explicou João Paulo
Catarino.
Para este programa podem candidatar-se entidades como autarquias,
associações de produtores e proprietários. O Secretário de Estado
considera que este é um momento único, uma espécie de hora da
verdade que pode mudar o futuro destes territórios. E diz que "não
há razões para não se conseguirem constituir, nestes concelhos,
áreas integradas da gestão da paisagem e a partir daí provar que
esta aposta funciona. Todos já percebemos o que temos que fazer.
Com a ocupação do solo a 90% de pinho e eucalipto dificilmente, com
as alterações climáticas em curso, nos conseguimos defender. É
importante compartimentar a floresta, com espécies mais
resilientes, mas onde o pinheiro bravo e o eucalipto também tenham
o seu espaço".
A reunião permitiu também ao autarca de Oleiros questionar a
tutela sobre a indemnização que havia sido prometida aos
proprietários dos terrenos visados pela faixa de gestão de
combustível situada entre os concelhos de Oleiros, Castelo Branco e
Proença-a-Nova, aquando da sua visita ao local em janeiro de
2019.
João Paulo Catarino esclareceu que "a indemnização está prevista,
sendo necessária a representação georreferenciada dos diferentes
prédios rústicos". O cadastro simplificado, cujo arranque no
concelho de Oleiros teve de ser adiado devido à pandemia, foi
também considerado importante neste processo.
A questão da isenção de impostos que os proprietários/empresários
terão de pagar pela venda de madeira ardida, também foi debatida,
num assunto que também foi enunciado na carta enviada pelos
autarcas ao Presidente da República e a alguns membros do
Governo.