Professor da Universidade de Coimbra
Jorge Paiva vem a Oleiros
Está já
confirmada a presença Jorge Paiva em Oleiros, no próximo dia 10 de
abril. A palestra imperdível terá o título "A importância da
floresta portuguesa". Jorge Paiva é um dos mais reconhecidos
professores da Universidade de Coimbra, tendo nascido em Cambondo
(Angola), a 17 de setembro de 1933, há 79 anos.
Licenciado em Ciências Biológicas
pela Universidade de Coimbra e doutorado em Biologia pelo
Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade
de Vigo (Espanha), tem sido investigador principal no Departamento
de Botânica da Universidade de Coimbra, onde lecionou algumas
disciplinas, tendo também lecionado, como professor convidado, na
Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, nos Departamentos
de Biologia das Universidades de Aveiro e da Madeira, na
licenciatura de Arquitetura Paisagista da Universidade Vasco da
Gama de Coimbra, no Departamento de Engenharia do Ambiente do
Instituto Superior de Tecnologia de Viseu e no Departamento de
Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo
(Espanha).
O professor é uma figura marcante.
Corre dez quilómetros todos os dias e toma sempre duche de água
fria. Está aposentado mas continua a fazer investigação em Botânica
e a defender a preservação do ambiente através das palestras que
faz pelas escolas. Jorge Paiva diz que não lhe resta "muito futuro"
mas com tudo o que atualmente faz ainda aceitou o convite para
fazer um documentário que implica várias viagens aos Trópicos "para
recriar as explorações botânicas que a Universidade de Coimbra fez
há dois séculos". "Sempre fui um amante da natureza porque nasci no
meio da floresta". "Muitas vezes fui repreendido pela minha mãe por
subir às árvores", lembra. Mas nem isso, muito menos o medo que
nunca teve pelos animais selvagens, o impediam de fazer
explorações. "Nunca tive medo dos animais, apenas muito respeito
pelo leopardo" porque este "passeava-se" em cima do teto de zinco
do quarto onde dormia.
Tem percorrido e continua a
percorrer a Europa, particularmente a Península Ibérica, Ilhas
Macaronésicas, África, América do Sul e Ásia. "Conheço as florestas
equatoriais de todos os Continentes", garante. De todas as viagens
guarda na memória aventuras para contar. Uma vez, na África
Oriental, enquanto colhia plantas, deparou-se com um elefante
apenas a cinco metros de distância. Numa outra expedição dormiu no
jipe rodeado de leões e nesse mesmo veículo foi atacado por um
búfalo. Episódios que diz serem "nada de especial" pois acredita
que "é mais fácil morrer atropelado em Lisboa do que com um
problema na selva". Aventureiro como poucos, aos 60 anos de idade
decidiu ir para a Amazónia fazer uma demonstração. "Estive duas
semanas nas margens do Rio da Dúvida, todo nu e sozinho, para
demonstrar que sem biodiversidade não vamos sobreviver mas sem
dinheiro isso é possível. Fui completamente picado mas foi muito
engraçado, comia o que os símios comiam", lembra.