Festa na Cardosa
O comboio do churrasco
O comboio do churrasco
tem quatro carruagens, além da máquina, que é um trator. Rola pelas
ruas de Cardosa, Silvosa e Vinha todos os dias 8 de dezembro, desde
2007 e a ideia dos Amigos da Cardosa, que organizam a iniciativa, é
continuá-la, não só para celebrar o Dia da Padroeira de Portugal,
mas também porque o evento está a ser um sucesso e a atrair amigos
de ano para ano.
No sábado
decorreu mais uma edição. Organizada a composição, a máquina
transporta a carruagem onde se parte a carne, logo à frente da
carruagem assador. Em terceiro lugar está a carruagem com o pão e
broa caseiros, mas também com águas e sumos, que esta festa do
churrasco é para todos. No final, a carruagem vassoura, para alguém
que fique com dificuldade em acompanhar o cortejo. Este ano voltou
a não ser usada, pelo menos por efetiva necessidade.
Pouco depois do almoço, começa
o périplo, com a visita a Silvosa e Vinha. Chegámos à Vinha ainda a
horas. Há tempo para perceber que este ano o cortejo não foi
acompanhado por acordeonistas. Carlos e Miguel Agostinho estavam
lá, mas o sistema de som, com colunas na primeira e quarta
carruagens, evitaram a necessidade de uma atuação ao vivo, que não
é nada fácil, sobretudo se é para os músicos se deslocarem enquanto
atuam.
Na Vinha
ainda há tempo para visitar duas adegas, uma delas a da antiga casa
dos pais de Lino Pires, um filho da terra que fez e faz sucesso em
Inglaterra, onde é proprietário do restaurante Butcher's Arms. Mas
o caminho é para a Cardosa. Este ano o périplo repetiu-se mas teve
mais uma paragem. Na antiga taberna da aldeia existe agora uma nova
adega. E o vinho merece que entremos.
Já na ilha, como chamam à
área da aldeia que está rodeada pelos dois ribeiros que nascem na
serra, a festa continua, mas os convivas queixam-se do frio. Com
razão, pensamos. A humidade e a falta de sol naquela área não ajuda
nada a quem quer conviver na rua, num final de tarde de dezembro. A
festa segue rua acima, até ao alto da aldeia, onde termina já
acompanhada ao acordeão. Para o ano há mais festa e mais convívio
na aldeia. Os Amigos da Cardosa prometem e os que ali se deslocam
não querem faltar.