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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
Ministro do Ambiente em Oleiros
Área verde cresce 4 por cento ao ano

moreira.JPGO Ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, disse em Oleiros, que o setor ambiental está a crescer 4% ao ano. Durante uma visita à sede de Concelho e à serra do Cabeço Rainha, lembrou que "este Governo considerou o ambiente como uma grande oportunidade para a criação de emprego e coesão territorial. Por isso, Portugal não fez da crise a razão para não investir na área verde, uma área que cresce 4% ao ano".

Jorge Moreira da Silva falou também das reformas efetuadas em benefício do território, dando o exemplo do setor da distribuição da água em alta, "o qual tem um evidente benefício para os concelhos do interior do país".

A desburocratização nos processos relacionados com o ordenamento do território e com o setor ambiental, foi outro dos aspetos salientados pelo ministro na sua intervenção. "Todas as regras e todos os planos ficarão integrados nos Planos Diretores Municipais (PDM)". No setor ambiental destacou o "licenciamento único ambiental, onde todo o processo é concentrado num único interlocutor. Isto faz com que o processo decorra, de forma paralela e ao mesmo tempo nos diferentes serviços, poupando-se tempo na sua conclusão".

O Ministro do Ambiente aproveitou também a oportunidade, para à margem da visita, falar de um tema que tem preocupado a região: a central nuclear de Almaraz, que está a pouco mais de 100 quilómetros de Oleiros. Recentemente, a Greenpeace referiu que a "central nuclear espanhola de Almaraz não conta com válvulas de segurança para prevenir uma explosão de hidrogénio e que a sua instalação não estará prevista até final de 2016". Segundo a Greenpeace, em Almaraz foram ainda detetados problemas de segurança nas piscinas de combustível irradiado, localizadas em edifícios adjacentes ao dos reatores. Estas infraestruturas são comparadas a "edifícios industriais comuns".

Agora Jorge Moreira da Silva, considera que as informações divulgadas sobre as alegadas faltas de segurança da Central Nuclear de Almaraz por parte da Greenpeace "não são totalmente corretas. Ficou-se com a ideia de que tinha sido a Greenpeace a fazer os testes de stress, o que não é verdade, pois eles foram desenvolvidos pela Comissão Europeia e a sua informação é pública e é conhecida há muito tempo".

O ministro revela que "com base nessa informação foram tomadas medidas de melhoria da situação. Em todas as centrais nucleares situadas na União Europeia foram realizados testes de stress e formuladas recomendações. Nessa lista de centrais está a de Almaraz. A informação que temos é que as medidas estão a ser introduzidas e seguidas pela Comissão Europeia".

O ministro adianta que "uma dessas medidas será efetuada durante uma paragem dos reatores da central". Jorge Moreira da Silva refere que "o Governo português está permanentemente envolvido neste processo, não só no plano político, como no técnico e no científico. A Agência Portuguesa do Ambiente viu reforçada a sua relação de cooperação com o Conselho de Segurança Nuclear espanhol". E lembra que "esta é uma matéria que deve ser acompanhada de perto pelo Governo Português, mas que não existe nada de novo que não tenha sido já identificado pela Comissão Europeia e pelos vários governos, e que não esteja já a ser alvo de melhoria técnica". Jorge Moreira da Silva conclui: "por outro lado não se pode comparar a central de Almaraz com a de Fukushima. Elas têm natureza técnica diversa".