Fernando Jorge, presidente da Câmara de Oleiros, considera que o turismo rural pode ser um meio para a criação de postos de trabalho no concelho e na Região. O autarca falava na sessão de abertura do I Congresso Nacional de Turismo Rural, realizado em Oleiros, no Hotel de Santa Margarida, nos passados dias 21 e 22 de junho.

A iniciativa juntou mais de uma centena de participantes de vários pontos do país das ilhas, bem como responsáveis de diferentes entidades do setor. O Oleiros Magazine também se associou ao evento, tendo moderado um dos principais painéis do evento, onde participaram os presidentes das Entidades de Turismo portuguesas.

No entender do presidente da Federação Portuguesa de Turismo Rural, Cândido Mendes, "o Turismo Rural ainda está muito dependente da procura interna". Na sua intervenção aquele responsável lembrou que apesar da evolução positiva que o setor turístico teve em 2013, no turismo rural essa tendência não se verificou. "Continuamos a depender muito da procura interna, não nos conseguimos promover no mundo", disse.

Por sua vez, Armindo Jacinto, na qualidade de presidente da Naturtejo - também é presidente do município de Idanha-a-Nova-, referiu que o grande "desafio é colocar o mundo rural como um espaço de oportunidades", acrescentando que "hoje todo os concelhos da Naturtejo têm alojamento turístico muito qualificado".

O presidente da Federação Portuguesa de Turismo Rural enumerou ainda algumas das vantagens do turismo rural, como o património classificado pela Unesco, as áreas protegidas e parques naturais, a gastronomia ou a arte de saber receber. "O turismo rural deve ser enriquecido pelas experiências a dar aos turistas", disse, para depois sublinhar algumas propostas que considera importantes como a "criação de equipas multidisciplinares entre várias entidades ou a implementação de sistemas de qualidade e selos de garantia".

Cândido Mendes destacou também o papel que as Comunidades Intermunicipais podem desempenhar em todo este processo. De resto, o responsável pelo Secretariado Executivo da Comunidade da Beira Baixa, Joaquim Morão, marcou presença no evento.

Ana Abrunhosa, a nova presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, destacou a importância do Congresso, numa "altura em que está a chegar o novo quadro comunitário de apoio. Por isso, há que delinear estratégias e projetos". Apesar de considerar o turismo importante, Ana Abrunhosa considera que esse setor "não pode ser o único alicerce do desenvolvimento territorial, mas tem a capacidade de apelar às diversas atividades do espaço rural".

O Congresso Nacional de Turismo Rural serviu de homenagem a Luís Galvanito (um dos mentores da Federação que faleceu recentemente) e reuniu os responsáveis pelas entidades regionais de turismo de todo o país.

No painel moderado pelo Oleiros Magazine, Pedro Machado, da região Centro de Portugal, criticou a falta de investigação científica sobre o setor. No entender daquele responsável, a valorização da atividade turística em Portugal nem sempre tem em conta "o impacto que o setor tem e o reconhecimento que deve ter".

Pedro Machado voltou a reforçar a necessidade de se apostar na coesão, na competitividade e no crescimento. "Estamos a dar um contributo válido a um setor importante para o país. Este é um dos setores de Portugal com mais futuro!", referiu.