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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Novembro 2024 nº92 Ano XXIII
crónica
Slow tourism o chamado turismo sem pressas

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Vivemos atualmente a um ritmo alucinante. A agitação do dia-a-dia e o stress - que começa a ser tónica dominante na sociedade -, são fatores de desgaste que não nos permitem apreciar o que temos à nossa volta. Quantas vezes nos queixámos de falta de tempo? Quantas vezes não dispensámos a atenção necessária para melhor fruir de um determinado momento? É urgente pensarmos em desacelerar o tempo e valorizar as nossas vivências.

No caso do turismo, o conceito slow tourism é uma tendência contemporânea que pretende criar uma redefinição do setor. Segundo os especialistas, esta nova corrente "pretende promover o turismo sustentável e fomentar as iniciativas locais, numa inversão de prioridades onde as condutas internas e de bem-estar da oferta turística sobressaem sobre a preocupação única de satisfazer as expectativas do turista".

Qualquer pessoa que mude de ambiente está mais apta a alterar as suas rotinas. É isso mesmo que se verifica quando os visitantes e turistas chegam a um destino, estando normalmente mais predispostos a "desacelerar". É desse efeito de desaceleração que devermos tirar partido. Só assim conseguimos optimizar vivências.

Criar dinâmicas slow que passem pela valorização da oferta no território parece ser o caminho, proporcionando experiências marcantes. Estas podem ser conseguidas através do conhecimento; de elementos estéticos de evasão; da promoção da qualidade, do silêncio, da autonomia ou da segurança; da degustação de sabores únicos; de atributos histórico-culturais e identitários ou até mesmo da consciência socio-ambiental de cada um. Não se pretende parar no tempo, mas sim dar mais tempo ao que deve ser apreciado e vivido.

Em tempo de celebração de tradições e valorização de produtos endógenos de excelência, existem atributos vários que devem ser potenciados, descobertos e experienciados sem pressas.

Inês Martins