Floresta comum atribui
2300 árvores para o concelho
O Projeto Floresta Comum vai atribuir 2300 árvores
ao concelho de Oleiros. Esta disponibilidade resulta de uma
candidatura apresentada pelo Município de Oleiros ao projeto
Floresta Comum, a qual foi aprovada.
Em nota de imprensa enviada pela Câmara de Oleiros, é referido que
"com este projeto pretende-se a recuperação de uma área com elevado
valor ambiental, afetada por um dos grandes incêndios florestais
ocorridos no concelho de Oleiros no verão de 2017".
Na mesma nota enviada à comunicação social, é referido que a área
a intervencionar "estende-se ao longo da Ribeira da Fraga de Água
d'Alta, na envolvência do Geomonumento Fraga de Água d'Alta,
inserido no Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional, integrado no
Sistema Nacional de Áreas Classificadas de Portugal, território
UNESCO".
Aquele espaço, antes dos incêndios florestais, comportava um
conjunto de vestígios da floresta Laurissilva que povoou todo o
Sudoeste Europeu antes das últimas glaciações, existindo aí uma
importante mancha de azereiros (Prunus lusitânica) associados a
outras espécies de importância para a conservação, nomeadamente o
folhado (Viburnum tinus) e o medronheiro (Arbutus unedo).
O Prunus lusitanica subsp. lusitanica, uma planta perenifólia
subtropical, chega aos dias de hoje, considerada como uma relíquia
- relíquia terciária - e representante de um tipo de florestas que
praticamente já não existem, sendo considerada internacionalmente
como uma espécie rara e vulnerável, que goza de estatuto próprio de
conservação.
Dada a sua importância, foi estabelecido protocolo entre o
Município e uma entidade certificadora com o envolvimento de
entidades consultoras (Naturtejo, EIM, Sociedade Broteriana, Centro
de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e Escola Superior
Agrária de Coimbra), por forma a definir e colocar em curso a
melhor estratégia para o local, permitindo a sua futura
classificação como Monumento Natural Regional.
Esta recuperação envolve a rearborização com recurso às espécies
mencionadas e a outras do elenco florístico dos bosques ripícolas
de azereiros, restabelecendo a biodiversidade existente antes do
incêndio (que afetou de forma severa o coberto vegetal existente)
por forma a dar continuidade ao trabalho de valorização desta área,
e promovendo ainda a preservação dos valores naturais e
paisagísticos que caracterizam a área. Anteriormente ao incêndio já
se considerava necessário o adensamento destas espécies, uma vez
que existia um grave problema de crescimento voraz de acácias, que
urge controlar, através de medidas de controle e erradicação das
mesmas e aumento das zonas de ensombramento.