motor
Land Rover, a evolução de um mito
A Land Rover, marca inglesa, dedica-se
à construção de veículos todo o terreno há mais de 60 anos. O
primeiro Land Rover foi apresentado em 1948. Foi concebido com uma
simplicidade brilhante para proporcionar capacidades
extraordinárias com uma robustez e durabilidade inigualáveis.
Efectivamente, seis décadas depois estima-se que mais de dois
terços de todos os Land Rover produzidos ainda se encontrem em
circulação, muitos destes nas condições mais extremas e nos locais
mais inóspitos do planeta.
Quando iniciou a produção dos
primeiros veículos todo o terreno, a Land Rover adoptou o nome de
Series. O Series I em produção de 1948 a 1958, o Séries II em
produção de 1958 até 1971 e o Series III, que foi produzido de 1971
até 1985.
Nos inícios dos anos 80, a LAND
ROVER começou a pensar na substituição do Series III, tendo em 1984
lançado o Land Rover 90. Externamente havia poucas diferenças entre
os Series e os Land Rover 90, uma ligeira revisão na grelha frontal
e o seu posicionamento à face dos outros painéis para que o carro
pudesse albergar os motores que já estariam em planeamento. Tinha
também embaladeiras de plástico, que serviam para cobrir o facto de
que estes tinham os eixos mais compridos e o para-brisas era maior
e feito numa só peça. Por dentro, os acabamentos foram também
melhorados (painel de instrumentos e bancos). A nível de suspensão
as molas de lâminas, foram substituídas por molas helicoidais,
facto esse que melhorou o conforto e a articulação (cruzamento) dos
eixos, sendo esta uma das melhores características deste modelo,
pois aumentou consideravelmente o seu desempenho fora de estrada. A
direcção assistida foi introduzida, mas como opção (extra). O Land
Rover 90, aparece já com tracção permanente às 4 rodas, trazendo
uma caixa de transferências com bloqueio de diferencial, similar
aos modelos de hoje. As motorizações utilizadas neste modelo
continuavam a ser as que eram utilizadas nos Series, apenas com
algumas alterações.
O nome Land Rover 90 deriva da distância entre
eixos deste modelo, no entanto foi resultado de uma operação de
Marketing, pois na realidade a distância entre eixos é de mais 4.5
polegadas do que o então existente Serie III 88'', tendo no total
92.5'' (polegadas), no entanto este foi batizado de Land Rover 90
por ser mais apelativo.
Em 1986, o Land Rover 90 recebe um
motor Turbo Diesel, pois a Land Rover começou a ser criticada pelos
seus motores de baixa potência. O conceito de motor de baixa
potência, mas altamente resistente, que trabalhava durante décadas,
já não vendia. A nova geração de compradores, já é mais exigente e
quer mais. Então foi introduzido o 2.5L de 4 cilindros, adaptado
com turbo. Esta unidade produzia 85 cavalos, que representa um
aumento de potência na ordem dos 13% em relação aos motores iguais
mas aspirados.
Em 1990 o Land Rover 90 foi
renomeado de Defender (90, 110 ou 130 conforme a sua distância
entre eixos). As principais razões para esta nova denominação foi a
necessidade de distinguir este veículo utilitário dos demais,
Discovery e Range Rover, e distinguir a LandRover como companhia,
no seu pleno direito, visto que tinha saído do controlo
governamental, ao ser comprada pela British Aerospace, em 1988.
O Defender apareceu com um novo motor Turbo Diesel,
o 200 Tdi com intercooler e injecção directa. Este desenvolvia já
uma potência de 107 cv. Este motor permitiu ao Defender, um
andamento confortável em altas velocidades, assim como rebocar
cargas elevadas a uma velocidade aceitável mesmo em percursos a
subir, com a grande vantagem de continuar a ser económico. Até hoje
alguns entusiastas deste motor, dizem que o 200tdi foi o melhor
motor colocado no Defender.
Em 1994, aparece o 300TDI com a
mesma cilindrada do 200tdi, mas com 111 cv. Ele tem a mesmo
estrutura, mas ganhou cerca de 200 alterações que provocaram uma
significativa melhoria da sua performance. Com estas modificações,
a economia de combustível fui aumentada, mas o utilizador perdeu
protagonismo na sua manutenção, devido ao facto de este motor ser
mais complexo.
Entretanto o 300Tdi já não
conseguia cumprir com os limites de emissões de gases. Então em
1998, o Defender recebeu uma nova motorização, um 5 cilindros de
2.5L, sem bomba injectora, mas sim com injectores bomba, turbo,
intercooler, chamado TD5, vindo a ser a única opção a nível de
motorização. Este novo motor com controlo electrónico tem mais 11
cv que o anterior (300tdi), mas onde se nota a grande diferença é
no refinamento do mesmo.
Os tradicionalistas criticaram
muito este sistema electrónico, dizendo que tinham medo do seu
comportamento em condições extremas... Com o passar do tempo, este
medo deixou de fazer sentido e o motor provou ser robusto e
fiável.
O problema foi que a manutenção e
as suas reparações se tornaram mais complexas e mais caras. Muita
da manutenção já não dispensa os computadores, o que não está
acessível nas nossas garagens de casa, logo, obriga a ter uma
manutenção especializada.
Em 2002 o Defender sofre a maior
alteração a nível de interiores desde o início da sua produção,
recebendo um tablier redesenhado que podia já albergar um rádio,
estando também disponíveis vidros eléctricos, pára-brisas aquecido
assim como os espelhos, ar condicionado, controlo de tracção e
bancos em pele. O motor sofre também ligeiras alterações para poder
cumprir as normas ambientais Euro III.
Em 2007 aparece o Defender com um
motor da ford, com 2.4L de 4 cilindros, com tecnologia Common Rail.
Este motor tem 122 cv, e vem equipado com uma caixa de 6
velocidades, facto esse que permite uma 1ª ainda mais curta do que
a caixa anterior R380 e uma 6ª mais longa, para melhor andamento em
estrada. Exteriormente ele tem algumas modificações. No capot,
nota-se um alto, que foi criado para albergar o novo motor, os
flaps para a ventilação já não existem, apenas permanecendo a forma
gravada na chapa. No interior o tablier é completamente novo,
albergando espaço para air-bags, ar condicionado e uma panóplia de
botões, bem ao estilo moderno.
Desde a sua criação até ao seu já
anunciado fim, este é um modelo em que a sua forma pouco ou nada
variou ao longo dos anos, mantendo sempre as suas características
de um puro e duro, com uma aptidão para o todo o terreno fora de
serie.
Amado por uns e odiado por outros,
o Land Rover Defender é um veículo que ficará para sempre na
história do mundo automóvel!